Talvez por cálculo, para enfraquecer a posição da Inquisição no confronto que esta trazia contra a Companhia de Jesus a propósito dos privilégios da Universidade de Évora ou simplesmente por convicção, a partir de 1642 Vieira defenderia publicamente que Roma deveria perdoar todas as heresias conhecidas até à data e que – sobretudo – todos os judeus expulsos de Portugal por séculos de perseguições e confiscos sucessivos deviam regressar, garantindo-se-lhes a segurança das pessoas e dos bens. É claro que para convencer o monarca da validade destas suas radicais (à época) propostas contava o Jesuíta não somente com a sua grande influência junto de Dom João IV, mas também com os cabedais que estes trariam de volta para o país e que vinham financiando as campanhas holandesas no Pernambuco assim como a própria dura luta que Portugal travava na fronteira com Espanha. Eram estes fundos de origem judaica que permitiam manter acesa a chama da resistência contra a Holanda e contra a Espanha e que tanta falta faziam agora ao novo monarca para armar os exércitos que tinham que defender a fronteira contra os tércios espanhóis.
Mas não se pense que o jesuíta defendia que os judeus deviam continuar a praticar publicamente o seu credo. Na verdade, Vieira proclamava frequentemente e tão alto quanto podia que a maior missão do Quinto Império com que sonhava e que acreditava estar prometido pelo a Portugal era precisamente a conversão dos judeus “coisa tão dificultosa, como é a conversão dos judeus”. Assim como Agostinho acreditava que para que o Império do Espírito Santo se cumprisse, cada um teria que transformar o seu interior, numa aplicação do princípio de comunhão entre o micro e o macrocosmos expresso na “Tábua da Esmeralda”, também António Vieira acreditava que para que o Quinto Império se cumprisse teria que ocorrer primeiro a conversão universal e que o seu momento só poderia chegar quando todos os judeus e infiéis se tivessem convertido a Cristo. Provavelmente nunca ninguém foi capaz de alcançar a plenitude da importância do catolicismo no pensamento de Vieira, mas este era o ponto fulcral de todo o seu pensamento e palavra e se defendia o perdão e o regresso de todos os judeus exilados fazia-o para que este regresso pudesse sustentar com os seus cabedais a defesa do Reino e do Brasil e para que Portugal e o Brasil pudessem formar o coração daquela entidade que Vieira acreditava que formaria no futuro, ainda em vida de Dom João IV, a semente para um Império Cristão Universal liderado pela acção proselitista da Companhia de Jesus, do Papa e do rei português.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Esses artigos resumidos de enciclopedia sao um saco. Voce tem alguma ideia sua acerca de Vieira?
Se nao tem nao polua a blogosfera. Tudo o que escreveu até aqui é puro exercício de vaidade, sem nada que tenha espessura.
Meu papagaio verde sabe mais de Vieira.
Caro Iluminado:
Ninguém o obriga a ler.
E mais artigos como este virão.
E não usam a Wikipedia como fonte, mas a lista bibliográfica que surgirá no último artigo da série.
Obrigado pela atenção.
Zé Barraco: Vá papaguaear para outra freguesia. Da próxima vez que o apanhar por aqui, depeno-o, asso-o e dou-o a comer à NOVA ÁGUIA, que bem aprecia esses petiscos...
apesar de papagaio, sabe mais de vieira que todos vós, fiz doutoramento no céu do império V, no res do chão do predio.
Deve ter sido bem no rés-do-chão. Se nem sequer sabe usar os acentos...
tou escrevendo no meu Acordo Ortografico
Sou doutorado em mitologia portuguesa.
Nesse caso, envie-nos a sua "dissertação". Para nos podermos rir um bocado...
Enviar um comentário