A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 24 de junho de 2008

Saída do deserto

Imagem copiada daqui

Malika Mokeddem é uma força da natureza.

Nasceu na Argélia e cresceu por entre as convulsões da independência nos anos sessenta. Oriunda dos povos nómadas do deserto, seus olhos argutos na tez escura perscrutam o mundo em volta, olhando além da dunas. Desde a infância, histórias dos homens das areias – Les Hommes qui Marchent é um dos seus livros mais fascinantes – misturam-se no carinho e protecção da avó Zohra, esta tornada sedentária pelo casamento, eterna inadaptada às leis que coarctam a sua liberdade, alteram a sua percepção de espaço e de tempo.

Ouvido atento à contadora de histórias, foi a leitura depois que lhe preencheu as horas sem sono, lhe abriu os horizontes que haveria de conquistar com perseverança e denodo, com a força de alma necessária para ultrapassar a sua condição de mulher e muçulmana.

Paralelamente à sua formação na área da medicina, num percurso lento e doloroso, de esforço ciclópico, dedicou-se à escrita, denunciando a escravidão da mulher, a subserviência, a submissão ao outro sexo, a anulação como pessoa, a sua redução à função única de procriar, açaimada por uma religião falocrática.

A sua escrita é poderosa, objectiva, contundente. Mas eivada de uma sensibilidade latente, ternura, revolta, humildade. A sabedoria do deserto, as estrelas povoando a noite, o calor crescendo nas areias escaldantes, as nuvens de gafanhotos, a falta de chuva, também a neve, a luz do entardecer, as tribos de nómadas que passam, tudo aparece em pinceladas, sensações de uma vivência diferente e única.

Malika Mokeddem continua a escrever, denunciando a injustiça dos homens.

É actualmente médica urologista em Montpellier.

3 comentários:

Jo disse...

Fiquei com vontade de a ler.

foi a leitura depois que lhe preencheu as horas sem sono, lhe abriu os horizontes que haveria de conquistar com perseverança e denodo

Esta é uma luta que travo diariamente: a de fazer os meus alunos entender o quanto a leitura lhes pode alargar os estreitos horizontes (porque nas periferias das grandes cidades também há horizontes estreitos)...

:)
beijo*

Anabela Magalhães disse...

E eu também fiquei com vontade de ler.
E eu também travo uma luta constante pelo alargar de horizontes dos meus alunos através da leitura, através do olhar, ver, interiorizar.
Foi a primeira vez que visitei o vosso blogue. Gostei muito.
E por isso vou "linkar" esta vossa casa à minha.

andorinha disse...

Também fiquei com uma enorme vontade de a ler.
É com certeza uma grande mulher e uma grande escritora.

Tal como a Mariazinha e a Anabela travo essa luta quase diária pelo alargar de horizontes dos meus alunos, tentando fazer-lhes ver tudo o que de bom podem alcançar através da leitura.
Nobre função a nossa, não é, colegas?:)

Beijinhos