A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Expo foi há 10 anos!

Hoje, 21 de Maio de 2008, passa uma década desde a inauguração oficial (a abertura ao público foi no dia seguinte) da Exposição Mundial de Lisboa. Para assinalar esta efeméride transcrevo a seguir excertos de um artigo que escrevi intitulado «Expo dos pequeninos?» e que foi publicado no jornal Vida Ribatejana Nº 4035, de 8 de Novembro de 1999.

(…) Poucos souberam, além fronteiras, da existência deste acontecimento.
A Expo 98 deveria ter servido, principalmente mas não só, para mostrar a todo o Mundo que: Portugal existe; é um país da Europa e que, por incrível que isso pareça, não faz parte (ainda, novamente) da Espanha; foram os portugueses e não os espanhóis (sim, Fernão de Magalhães era português) os europeus que chegaram primeiro por mar a vários pontos do planeta, incluindo a América do Norte, a China e a Austrália; que nós temos e fizemos muito mais coisas de que nos podemos orgulhar, além do Vinho do Porto, de Fátima e das praias do Algarve. (…)
A Expo 98 deveria ter constituído a oportunidade e o pretexto para uma gigantesca campanha de publicidade ao nosso país a nível mundial (…). Dar como justificações para a reduzida, ou mesmo inexistente, divulgação internacional da «última exposição mundial do milénio» a falta de alojamentos (para responder a uma eventual «invasão» de estrangeiros) ou, inversa e precisamente, a quase certa diminuta entrada de turistas de outros países que não a Espanha, revelou mesquinhez, falta de ambição e incapacidade de compreender o que é realmente importante.
Não estava em questão fazer com que todo o Mundo viesse à Expo, mas sim de lhe dar a conhecer que ela existia, o que tinha e significava. De que serve construir um evento desta dimensão se mais ninguém, além de nós, fica a saber disso? Foi apenas para levantar o moral nacional, para aumentar o orgulho colectivo? Se sim, haveria de certeza formas menos caras de o conseguir. Que ninguém tenha dúvidas: a Expo 98, enquanto grande «encontro mundial de povos e culturas» do ano passado, foi largamente superada, se não mesmo esmagada, pelo Campeonato do Mundo de Futebol realizado em França. E quanto à «participação» da NASA, não só na Expo mas também, e principalmente, nas comemorações dos 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, tal revelou-se outro fiasco. A nave Discovery, recorde-se, levou numa missão realizada em Junho uma bandeira do nosso país e um instrumento científico em cuja concepção participaram cientistas portugueses, mas... lá fora ninguém soube disso! Os americanos estavam mais interessados em saber o que é que o seu astronauta, que estava na Mir, iria comer quando chegasse à Terra! Nunca se falou de Portugal, de Vasco da Gama, da Expo 98, de qualquer coisa que tivesse a ver com as nossas «celebrações». (…)
Os que mais lucraram, mais uma vez, com a nossa incompetência, foram os «nuestros hermanos», que se esmeraram nas provocações: o desenho da chegada de Filipe I/II a Portugal no programa da presença espanhola; a exposição com o título «As sociedades ibéricas no fim do século XVI»; e, claro, o logotipo com a legenda «Expo 98 - Lisboa - España».
Da parte das autoridades portuguesas nenhuma resposta, nenhuma tomada de posição, nenhum protesto. No entanto, há que reconhecer que nós continuamos a dar-lhes motivos para pensarem que Portugal é apenas mais uma província espanhola, dos quais se destaca este permanente e péssimo hábito de (tentar) falar com eles em castelhano. Foi triste, e mesmo vergonhoso, ouvir: João Soares e António Mega Ferreira a falarem em castelhano num programa de televisão do país vizinho emitido em directo da Expo; uma jornalista da TSF a fazer o mesmo com o operador (espanhol) do teleférico porque ele... não percebia português(!?); e o então comissário Torres Campos, invocando a sua condição de raiano, dizer, sobre estes assuntos, que «ninguém é dono da verdade».
A verdade não tem donos mas... há verdades que são mais verdadeiras do que outras! Esta nossa secular incapacidade de dar a conhecer a nossa versão dos acontecimentos, o nosso «lado da História», só tem servido os interesses da Espanha, à qual convém que sejam mantidas todas estas ambiguidades, confusões e equívocos, de modo a que os nossos feitos possam ser atribuídos... a eles. Além disso, os interesses da Espanha na Expo não foram só culturais mas também económicos: as empresas espanholas ficaram com a «parte de leão» na construção das infra-estruturas da Expo, no fornecimento de materiais e na exploração de determinados serviços. (…)
A Expo 98 foi, na verdade, grande, muito grande. Os portugueses, esses, é que, pelos vistos, e em muitas coisas, continuam pequeninos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que se lembrou da efeméride.
É bom fazê-lo.
Poderia não ter colocado o artigo pois lembramo-nos do que aconteceu e isso foi há dez anos, e poderia ter explanado mais a positividade do evento e em que contribui para o presente.

Lord of Erewhon disse...

Os Portugueses explicados a quem não os conhece.

Anónimo disse...

"Se você diz a verdade, não precisa lembrar-se de nada."

Mark Twain