A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
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Donde vimos, para onde vamos...

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quinta-feira, 15 de maio de 2008

E o nome do novo aeroporto de Lisboa deve ser...

... Na minha opinião... Humberto Delgado. Aeroporto Internacional de Lisboa Humberto Delgado. Não só por o «General sem medo» ter sido uma das pessoas mais marcantes, no campo da política, da História de Portugal do século XX; também por ter sido uma das figuras mais influentes no processo de desenvolvimento e evolução da aviação em Portugal, tanto militar como civil.
O novo aeroporto deve ser, obviamente, em Alcochete, que oferece todas as vantagens que a Ota não tem. Além de que está junto ao rio Tejo, que Humberto Delgado tão bem conheceu quando, ainda muito jovem, depois da Primeira Guerra Mundial, veio de Torres Novas com a família para residir em Alverca do Ribatejo, em cujo Parque de Material Aeronáutico (antecessor das OGMA) o pai exerceu funções e onde, na base aérea contígua, ele próprio receberia formação e ficaria, brevemente, colocado.
Em 1928 bateu um recorde de voo nocturno. A partir de 1941 colaborou decisivamente, em especial através da recolha e entrega de informações, nas negociações com os Aliados para a construção e utilização, por aqueles, da base aérea das Lages – pelo que viria a receber de Londres um (grande) elogio oficial. Em 1944 assume a direcção do Secretariado da Aeronáutica Civil, e é neste cargo que inicia o processo que levará à fundação, no ano seguinte, dos Transportes Aéreos Portugueses – tendo-se deslocado aos Estados Unidos da América para adquirir os primeiros aviões, e a Inglaterra e a Espanha para providenciar a formação dos primeiros pilotos. O país vizinho será, aliás, em Setembro de 1946, o destino da primeira carreira regular internacional da TAP. Porém, o grande feito inicial da nova companhia aérea foi a viagem entre Portugal e Moçambique, com passagem por Angola. Aos comandos de um Douglas DC-3, Humberto Delgado descolou de Lisboa a 31 de Dezembro desse mesmo ano de 1946 e aterrou em Lourenço Marques (actual Maputo) a 6 de Janeiro de 1947 depois de uma escala em Luanda. Em 1952, já general, parte para uma estadia de cinco anos nos EUA após ser nomeado adido militar na Embaixada de Portugal em Washington e representante do nosso país na NATO; lá é agraciado como piloto honorário da Força Aérea dos Estados Unidos.
A personalidade e o percurso de Humberto Delgado poderiam servir de ilustração simbólica, não só para um aeroporto em si, mas também para o processo de construção do novo aeroporto de Lisboa. Sempre orgulhosamente português e agarrado à terra natal, soube igualmente ser cosmopolita e abrir-se às (boas) influências do estrangeiro. Pautou a sua vida pelo permanente aperfeiçoamento, pela eficiência, pelo rigor, pela excelência. E pela honra. No início foi um «peão», diligente e polivalente, bem intencionado mas manipulado, do autoritarismo obscurantista; acumulou coragem e sabedoria para mudar de rumo, e tornou-se um «rei», abrangente e admirado, pela democracia iluminadora. No final, ganhou as suas «asas». Que estas nos protejam quando voarmos. De e para um aeroporto com o seu nome, mas não só.

Hoje, 15 de Maio de 2008, celebra-se mais um aniversário – o 102º – do nascimento de Humberto Delgado. E neste ano assinalam-se também os 50 passados sobre a eleição que o «General sem Medo» ganhou e que Salazar roubou. Neste espaço da Nova Águia pareceu-me pois apropriado evocar um homem que não só voou mas que também fez com que muitos outros «voassem»… em direcção à liberdade.

Escrito por mim e publicado no jornal Expresso Nº 1827, 2007/11/3 (com o título «Que nome para o aeroporto?»)

26 comentários:

Renato Epifânio disse...

Na minha opinião, AGOSTINHO DA SILVA. A grande figura portuguesa da Lusofonia, aquele que mais criou pontes com os quatro cantos do mundo...

Anónimo disse...

Não concordo. Humberto Delgado dividiu a nação portuguesa e é co-responsável pela destruição da Pátria e entrega traiçoeira do Ultramar e das suas gentes ao imperialismo soviético e americano. É co-responsável pela estrondosa e vergonhosa derrota militar e política que se seguiu. É um ultraje à nação que este indivíduo esteja no Panteão Nacional enquanto outros, heróis com "H" grande estejam sepultados em campa rasa ou sem campa alguma nos campos de batalha. Este senhor, em Marrocos, apertava a mão dos que faziam a guerra contra nós e matavam os nossos soldados e, isto, enquanto os nossos soldados combatiam e morriam.

O nome a dar ao aeroporto deverá ser o de uma personalidade portuguesa que nunca tenha traído a Pátria e que a tenha servido, inclusivé, com o sacrifício da própria vida.

Lord of Erewhon disse...

Proponho:

DOM JOSÉ SÓCRATES, O PENHORADOR.

Lord of Erewhon disse...

«Humberto Delgado dividiu a nação portuguesa e é co-responsável pela destruição da Pátria e entrega traiçoeira do Ultramar e das suas gentes ao imperialismo soviético e americano.»

Este blog começa a fazer parte das minhas irritações diárias!

Que «nunca tenha traído a Pátria»... OK. Que tal...

IRMÃ LÚCIA??

Anónimo disse...

A irmã Lúcia?! Uma gaja que passou a vida num mosteiro?! Maior traição à Pátria não há...

Klatuu o embuçado disse...

Concordo inteiramente, sem nada ter contra a monja na sua reclusão pós-visionária e post morten...
Simplesmente o amor à Pátria é mister dos Homens, que exige actividade no Mundo.

Enfim, isto de dar nome de pessoa a coisas tem muito que se lhe diga... e nada de ingénuo.
O que mais me ofende não é o nome que se pretende dar, mas sim vir deste governo, que tudo deve à liberdade, e que tem uns tomates tão diminutos que, comparados à coragem do «general sem medo», ainda diminuem para o tamanho de ácaros!

«Dom Henrique o Navegador», «Fernão de Magalhães» ou (porque não, dois nomes?) «Gago Coutinho e Sacadura Cabral» - não incomodariam ninguém.

Quiçá, o melhor seria até não termos aeroporto a que dar nome; não é prioritário, e estou farto de ver patos bravos a engordar com os dinheiros públicos!

Anónimo disse...

«Humberto Delgado dividiu a nação portuguesa e é co-responsável pela destruição da Pátria e entrega traiçoeira do Ultramar e das suas gentes ao imperialismo soviético e americano.»
Como disse que disse?

Renato Epifânio disse...

Eis, talvez, uma boa proposta de petição, a lançar no próximo ano, em 2009, quinze anos após a morte de Agostinho, "o primeiro português do portugal futuro" (a par do terceiro número da NOVA ÁGUIA).
Nada tendo contra o Infante D. Henrique ou o Fernão de Magalhaães (pelo contrário), acho que já é altura de começarmos a homenagear os navegadores do nosso tempo. E Agostinho foi, sem dúvida, o maior deles. Por isso...

Francisco Canelas de Melo disse...

E porque não Bartolomeu de Gusmão?! Esse foi, sem dúvida, um homem avançadissimo no seu Tempo, criando a passarola um pioneiro projecto de aviação.

Anónimo disse...

Um colega meu, notável desconstrutor, em resposta a esta pergunta disse: "Aeroporto Cálem".

Mais tarde confessou-se:"Miguel, julgo que Aeroporto da Saudade".

Enfim, abstenho-me.

Lord of Erewhon disse...

Agostinho da Silva parece-me bem, mas penso que o actual governo optará por lhe dar o nome de um qualquer santo católico! :)

Ana Margarida Esteves disse...

"Simplesmente o amor à Pátria é mister dos Homens, que exige actividade no Mundo."

COMO ASSIM?????

Ana Margarida Esteves disse...

"Nada tendo contra o Infante D. Henrique ou o Fernão de Magalhaães (pelo contrário), acho que já é altura de começarmos a homenagear os navegadores do nosso tempo. E Agostinho foi, sem dúvida, o maior deles. Por isso..."

Concordo plenamente. Que deixemos de viver com o corpo no presente e a cabeça há 500 anos atrás. Baste de esquizofrenias! Sejamos donos das nossa vidas.

José Pires F. disse...

Pelo respeito da identidade que, como penso, é em Agostinho da Silva, intimidade à procura do cosmos, do mundo que se dá, que se revela na sua verdade, a escolha é feliz.
Muito bem visto, Renato.

Lord of Erewhon disse...

Homens = humanos.

José Pires F. disse...

Implacável, a Ana Margarida.
…ou será, atenta?…

Ana Margarida Esteves disse...

"Homens = humanos"

Não era isso que tu querias dizer, ó Klatuu.

"Concordo inteiramente, sem nada ter contra a monja na sua reclusão pós-visionária e post morten...
Simplesmente o amor à Pátria é mister dos Homens, que exige actividade no Mundo."

Que eu saiba, a Irmã Lucia era um ser humano.

Lord of Erewhon disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Klatuu o embuçado disse...

Sinceramente não entendo o que não entendes no texto; que é claro.
Não entender e não concordar não são o mesmo.

Explico: viver fechado num convento, não traduz actividade no Mundo (vida dos homens em sociedade e não em comunidade) - abro excepção para a produção de obra do espírito em reclusão, filosófica, literária ou outra.

P. S. Outra coisa, Ana... muitas vezes parece-me que partes de um qualquer «a priori» acerca da minha pessoa, para não dizer preconceito.

Anónimo disse...

Com todo o respeito pela personagem e o cariz que representa, não me parece uma escolha boa, a Irmã Lúcia. Além disso, quem sabe se um dia não aparecerá um aeroporto em Fátima e aí sim, talvez o nome venha a ser veiculado.

Lord of Erewhon disse...

Miguel, vou contar-te uma (verídica, a que apenas roubo os pormenores «demasiado referenciais») história.

Tive o privilégio de privar, na última década da sua vida, com um velho senhor algarvio, lavrador rico e homem culto, um daqueles homens antigos e chãos que já não há neste Portugal cada vez mais triste.

Este senhor, chamemos-lhe M., foi convocado a uma reunião da Junta de Freguesia da aldeia em que residia e era proprietário de terras; o motivo da reunião era a alteração do nome das ruas, nomes simples e imemoriais, do género Rua de Cima, Rua de Baixo, Rua das Flores, etc, e que um fanático religioso, que ajudava o Padre, queria mudar para nomes de Santos.

Após longo e aceso debate, o velho senhor, que em idade anciã ainda montava e caçava, por fim, falou.

Advertiu que tanta mudança de placas seria um custo elevado para uma pequena freguesia rural de fracos recursos e propunha o seguinte: ir-se à placa à entrada da povoação, riscar-se o topónimo da mesma e escrever-se... CÉU!

Anónimo disse...

Lord: que delícia! Concordo plenamente!

Lord of Erewhon disse...

CÉU fique, então!

andorinha disse...

Um história deliciosa, Lord.
Passando todos a viverem no CÉU, já não precisam de penar para lá entrar:)

Lord of Erewhon disse...

Eu nisto de padres e arautos do além sou um tudo nada medieval, o que nem é difícil de entender, nem requer uma inteligência suprema, a considerar-se a sociedade trinitária à época... Começa-se pelo Senhor Dom Afonso Henriques a cortar a cabeça ao Enviado Papal e, depois, continua-se.

José Pires F. disse...

Céu. Gosto sim!

A arte de contar. Coisa que se vai perdendo.