A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 9 de março de 2008

Excerto de uma carta que nos chegou...

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO
DE UM CIDADÃO PREOCUPADO
Exmo. Senhor Engenheiro e Primeiro-Ministro Sócrates,

Não é meu costume escrever cartas abertas, muito menos dirigidas a pessoas tão importantes dos quadros mais altos da política nacional, mas perante a actual situação de descontentamento generalizado e ainda crescente que se vive no nosso país, não vejo outra maneira para me expressar enquanto cidadão preocupado. É que ainda me lembro do 25 de Abril e de como, naqueles tempos, votei com uma sensação de liberdade e responsabilidade que me provocava uma estranha euforia que depois nunca mais voltei a sentir. Como se pessoalmente participasse na tomada de decisões e na definição do rumo da Pátria. Pouco durou, e nos últimos vinte anos não tenho votado, por falta de fé, digamos. Sou professor de História, desde há três anos à espera da reforma antecipada que pedi, pois vistas as novidades que se avizinhavam no campo do ensino, com os cinquenta e oito anos que tinha e sofrendo de diabetes e problemas cardíacos graves, não me queria ver forçado a arrastar-me até aos sessenta e cinco e quiçá setenta anos a dar aulas numa disciplina considerada obsoleta nos tempos que correm, só por causa do parecer ‘favorável’ de uma junta médica que apenas se limite a cumprir a lei, qualquer que seja o seu efeito a nível ético e humano. E muito menos me quero ver avaliado pelos ‘titulares’ mais novos que eu, nos quais não reconheço qualificações nem experiência para fazê-lo, para além da particularidade que no caso da nossa escola pequena seria o padre da aldeia, estimado colega e nosso professor de música, a única pessoa indicada para me avaliar. Aliás, a avaliação de nada serviria, uma vez que, devido à minha doença, me vejo obrigado a faltar às aulas com relativa frequência, não juntando assim o mínimo dos requisitos para obter uma avaliação positiva.

Deixei de votar porque me desencantei com a política nacional que, após a euforia inicial, rapidamente voltava ao que era há cem anos. Deve ser deformação profissional minha, mas foi assim que o senti: voltávamos ao rotativismo e às respectivas guerras do bota-abaixo e vale-tudo entre Reformistas e Republicanos. E isto já não numa monarquia levemente liberalizada, nem numa república ditatorial, mas em plena democracia multipartidária. É engraçado como as aparências podem enganar: uma democracia partidária que resulta numa ditadura partidária rotativa, deveras uma interessante forma de progresso histórico que mais cientificamente poderíamos chamar ‘regressiva’ (sobretudo na acepção freudiana).

As semelhanças com o Estado Novo de má memória não se ficam por aí. O actual regime ditatorial do PS assume outras ‘qualidades’ do governo salazarista. Desde as campanhas de propaganda dignas de um António Ferro (o que parece, é), passando pelos secretismos e prepotências sem um mínimo de diálogo na legislação e na ‘governança’, à intimidação, filmagem e identificação policial de manifestantes, a arrogância do ‘manda quem pode, obedece quem deve’ e – o cúmulo até agora – a anunciada manifestação para o dia 15 de Março, no Porto, de todos os militantes e apoiantes do PS, num mega-comício à Legião Portuguesa – com viriatos e tudo, receio – para enaltecer os três anos de terror socialista que o país viveu.

De socialista esses três anos e o seu partido têm tido pouco ou nada. Propunha por isso mudar o nome do partido para ‘Iobes Fore de Bois - Partido para a Defesa e o Desenvolvimento dos Interesses Instalados dos membros do Corpo Político Municipal, Regional e Nacional eleito por votantes no PS’. É um nome algo comprido, convenho, mas tem a vantagem de dizer exacta e sucintamente qual é o programa do partido, muito melhor do que a antiga denominação Partido Socialista, que devia ser banida por decisão judicial por ser publicidade enganosa – decisão que, no entanto, deve demorar a ser pronunciada enquanto nos tribunais portugueses continuarem a ser os seus bois a mandar.

Túlio Gervásio
Professor de História do quadro de nomeação definitiva da Escola Básica 2/3 de Aldeia de Cima (Beira Interior), com quase 40 anos de serviço em prol do ensino de uma consciência histórica nas zonas mais remotas do interior do país, onde o Estado apenas se manifesta por não se manifestar, fora do encerramento de escolas e postos de saúde e da cobrança de impostos, e de onde os mais esforçados emigram para garantir a sobrevivência dos seus, votados ao abandono pelos ‘socialistas’ e ‘social-democratas’ que mandam no país.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tivéssemos todos nós a coragem de dizer estas verdades !...

joao marques de almeida disse...

Caro Túlio Gervásio
Permita-me que faça uma apreciação ao seu comentário.
Em poucas palavras conseguiu expor de forma viva o clima repressivo e podre que o neoliberalismo instalou em Portugal e cuja responsabilidade cabe por inteiro ao sistema político PS/PSD. Também gostei do seu relacionamento histórico, que põe, afinal, em evidência o carácter circular da superestrutura ideológicas/políticas das sociedades(não o material).
Quanto ao problema da avaliação, no meu ponto de vista, não reside em saber quem a faz, (embora isso seja importante), o problema é o próprio conceito de avaliação. Ele põe mesmo em causa o sistema educativo uma vez que retira competência às avaliações que os candidatos a professores tiveram que sujeitar através do seu percurso academico.
Não significa que não deva haver controlo pedagógico sobre os comportamentos relacionais e pedagógicos dos professores, tal com em qualquer outra profissão, como médicos, advogados, etc..
Permita-me que lhe sugira a leitura de outro magnifico texto sobre este tema que pode ser lido no Blog classepolitica.