"Templário" escreveu: "Estamos habituados a "elites" que traiem quem os parturiu."
É preciso que nos desabituemos de tais traições e que criemos condições para criar e fixar no país elites baseadas no mérito, abertas, flexíveis, generosas, despreconceituosas e com sentido de missão.
Os sistemas que exitem em Portugal para formar elites intelectuais/científicas estão organizados de uma forma que parece legitimar e apoiar de forma activa a fuga de cérebros. A começar pelas bolsas da FCT: Há uma diferença significativa entre o vencimento de um@ doutourand@ em Portugal e um@ doutourand@ Português@ no estrangeiro. Adivinhem lá quem tem um vencimento significativamente superior e que ultrapassa em muito as diferenças de custo de vida?
As fundações estrangeiras que dão bolsas a pós-graduad@s e investigador@s Portugues@s têm como critério básico o de que @ bolseir@ volte a Portugal depois de terminado o programa de Mestrado, Doutouramento, Pós-Doutouramento ou periodo de pesquisa. No entanto, todos eles dizem aos bolseiros "nós sabemos que a maior parte de vocês acabam por ficar lá fora e fazem vocês muito bem, pois cá não há futuro para vocês. Ficam já avisados que, se voltarem, vão ter muitas dificuldades".
Os programas de incentivo para o regresso de cientistas Portugueses ao país são no mínimo ridículos, vistas as exigências estratosféricas: Como é possível a um@ cientista publicar um mínimo de 100 artigos no início ou mesmo no meio da sua carreira? Qual é o objectivo deste programa? Trazer de volta a Portugal os "Professor Emeritus" ou cientistas á beira da reforma que querem voltar ao seu cantinho-á-beira-mar-plantado e que por isso não apresentam nenhuma ameaça aos interesses instalados? Ou pura e simplesmente mostrar que este programa é uma farsa e que os interesses que actualmente comandam o país (ou melhor, manipulam e exploram) não têm interesse nenhum em que gente inteligente, cheia de vida e com vontade de deitar mãos á obra permaneça por cá?
E o que dizer de programas como o "Contacto" do ICEP, cujo objectivo é o de proporcionar estágios no estrangeiro a jovens licenciados ou com Mestrado, de modo a "internacionalizar a sua carreira", o que na prática significa fazer os posíveis para que eles fiquem por lá? Principalmente quando, graças á sua inteligência e capacidade de trabalho, acabam por cair nas boas graças dos executivos das multinacionais que "graciosamente" lhes confere os estágios e que se estão nas tintas para Portugal ou, quando cá trabalham, facilmente fazem as malas e deixam milhares desempregados quando outro país lhes acena com mão de obra ainda mais barata, melhor qualificada, mais submissa e subvenções fresquinhas do estado, da União Europeia ou do Banco Mundial? Levando consigo os jovens e promissores graduados do programa "Contacto" e outros programas afins, que dificilmente conseguem arranjar outro emprego no país á altura das suas capacidades.
E depois admiram-se que as nossas "elites" nos traiam, quando todo o processo que encoraja a fuga de cérebros foi pensado por elites já por sí traidoras para fazer de forma a que as pessoas com mais potencial não tenham outro remédio senão porem-se a andar, isto se não querem acabar estagnadas e frustradas ... Pois ninguém lhes disse que há outra forma de dar a volta a situação e muitas outras pessoas na mesma situação que elas.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
13 comentários:
Por tão certo esta análise, não tem comentário.
Mas não se trata de traição, trata-se da vida. Traição cometem aqueles que são responsáveis que isto tenha de acontecer, bem como aqueles que ajudam que isto aconteça, não ficando ilibados os que nada fazem, no fazer, para que isto assim seja.
Contem comigo.
A fuga ou sequestro de cérebros é um dos diversos furos por onde se esvai o belo discurso da "cooperação" internacional. Cedo ou tarde o tema há de entrar em pauta efetiva de discussão das relações Norte-Sul. Quem sabe o pagamento de indenização ao país de origem pelos investimentos em educação fundamental e de formação profissional não ajudasse a desestimular o desfalque e também criar fundos nacionais para onvestimento científico no país.
Isso ja existe mas quase nunca e cumprido. Sao os proprios paises "doadores" que depois estimulam a fuga de cerebros. E obvio que as pessoas, ao se deparar com melhores condicoes de vida e de trabalho, acabam por ficar no estrangeiro. Nao querem ser "puxadas para baixo" em nome do "amor e servico a patria".
Meus senhores, eu sou um romântico, doença de que padeço desde que me lembro de ser gente... É perigoso bem o sei mas enfim, se retiro o romantismo à vida só fica escuridão e tristeza.
Como romântico que sou há muito tempo que devoto os mais diversos actos de amor à dama do meu coração.
Sim, já sei a rapariga é um tanto ou quanto libertina, mostrando os seus belos seios a quem passa, indo com este e com aquele, geralmente gente também de virtude duvidosa...
Mas o que é que querem? Apaixonei-me! Como a minha querida dama não me responde às inúmeras cartas de amor que lhe envio, nem quer saber dos actos de loucura que cometo só para seu deleite, resolvi procurar conforto e amor noutras damas.
Foi assim que estabeleci relações de amor (e que boas memórias trago desta amante) com a senhora Dona Espanha, depois com uma senhora que muitos consideram fria mas garanto-vos, Lady England é muito fugosa, quase que nem me deixou respirar...
Que me venha agora dizer a Dona República Portuguesa que fui um amante infiel... Recebe logo a tradicional desculpa: "Mas meu amor, eu sou um homem, tenho as minhas necessidades! A culpa é tua por não me dares o carinho e atenção de que necessito".
Também não acho de todo justo culpabilizarem-se os tais cérebros fugitivos. A culpa de facto não é sua, e se há alguma coisa que eu tenho a mais afincada convicção é que todo o homem tem o direito de procurar uma vida melhor onde bem lhe convier.
Falando por mim, físico, licenciado mas ainda, e eternamente, estudante (o Diabo que carregue Bolonha!), estou muito consciente deste problema, mais do que consciente, sinto-o na pele todos os dias. De facto é muito difícil, quase impossível gente como eu em Portugal conseguir um bom emprego que me realize como físico (pois ainda que física seja geralmente chamada de uma ciência “matemática” é apenas seguida com sucesso se houver amor envolvido). Já vi de facto muitos bons amigos meus partirem para doutoramento na Lady England (não sei se sabia amigo Paulo Daniel, você não é o seu único amante) e alguns tenho serias duvidas que voltem.
Em múltiplas conversas que tive com colegas e professores, para espanto, e às vezes choque, dos mesmo, afinquei com convicção que não iria trabalhar para lado nenhum que não fosse Portugal. A argumentação é sempre a mesma, “aqui não há nada”, “aqui não consegues trabalho”, “vais trabalhar no MacDonalds ou nas caixas do Jumbo”, etc… mas a minha tragédia, que talvez me distancie dos meus ilustres colegas físicos, é que sou Patriota e Sebastianista, e como Patriota e Sebastianista digo: “Sim, as coisas estão mal, mas se toda a gente se for embora é que elas nunca melhoram!” O meu Rei não me disse para fugir ou esperar por ele, disse-me para lutar até morte! Eu quero melhorar o meu país, que vê-lo grande e belo, como poderei fazer isso em outro sítio que não aqui? (talvez nos cabarés de Paris como algumas pessoas que eu sei)
Acho que a solução, que será logicamente de impossível implementação na realidade politica portuguesa actual, é simplesmente incutir patriotismo nos jovens, patriotismo que os faça desafiar a lógica imediata, desafiar o risco de miséria e pobreza. Façamos uma elite de gloriosos e geniais loucos!
O jovem cérebro tem que seguir o exemplo do Padre Himalaia, a quem foi oferecida cidadania Americana para seguir e aprofundar os seus estudos brilhantes e que prontamente recusou, afirmando que tal coisa seria uma traição á Pátria.
O que é preciso é amor! (como na musica)
Tem toda a razão amigo José Leitão!
Eu próprio também sou patriótico e apesar de não sebastianista, um humilde servidor da coroa portuguesa. Mas, o que fazer quando devotamos todo o nosso amor e carinho à Pátria ou Mátria (na ideia de Natália Correia) e nada recebemos em troca.
Não julgue que não gostaria de modificar o meu pais para melhor, acredite que seria um enorme prazer. No entanto, Deus que nos governa a todos e que só quer o nosso bem fez um mundo tão grande que é uma pena não o aproveitarmos, não lhe parece?
Talvez um dia, quando o reino se despovoar e os nossos governantes não tenham mais ninguém a quem submeter e marcar com o ferro da ignomínia, talvez aí aceitem que têm governado mal, muito mal mesmo...
Tem toda a razão amigo José Leitão!
Eu próprio também sou patriótico e apesar de não sebastianista, um humilde servidor da coroa portuguesa. Mas, o que fazer quando devotamos todo o nosso amor e carinho à Pátria ou Mátria (na ideia de Natália Correia) e nada recebemos em troca.
Não julgue que não gostaria de modificar o meu pais para melhor, acredite que seria um enorme prazer. No entanto, Deus que nos governa a todos e que só quer o nosso bem fez um mundo tão grande que é uma pena não o aproveitarmos, não lhe parece?
Talvez um dia, quando o reino se despovoar e os nossos governantes não tenham mais ninguém a quem submeter e marcar com o ferro da ignomínia, talvez aí aceitem que têm governado mal, muito mal mesmo...
Qual incutir o amor á pátria, qual quê, pá! Amor a uma pátria madrasta? Atiçar ainda mais o masoquismo Luso? O amor á pátria por sí só não leva a lado nenhum. Isso é mesmo conversinha de quem tem património ou nome familiar que lhe valha em situações de desemprego ou subemprego ou destruição da personalidade pelo sistema económico!
O que é preciso é criar, e já, as condições materias que permitam que as pessoas possam amar a pátria sem fingimento nem ressentimentos.
Isto precisa é de outro 25 de Abril, desta vez um que faça efeito, nem que para isso seja preciso transformar o futuro aeroporto da OTA numa prisão para porcos corruptos ou mandá-los para o exílio na Patagónia (ia dizer fazer como fez Robespierre e passar uns quantos pescoços pela guilhotina mas não quero passar por ser ainda pior pessoa do que já sou).
E vocês vejam lá, ponham-se a pau, cuidadinho com os castelinhos no ar e os sonhozinhos românticos ...
Bem, o amor dá-se, recebe-lo é secundário.
E pois claro, se aqui somos Portugueses e Lusófonos, o Mundo foi feito grande para nós o descobrirmos. Dando-me a oportunidade de viajar é claro que não a recusarei e como justificação a minha mera curiosidade chega. No entanto, mesmo longe temos de incutir em tudo o que fazemos amor pátrio. Tomemos o exemplo de Ivan o Terrível, o homem correu toda a Europa a aprender e estudar para depois implementar os seus conhecimentos na sua terra. O mesmo podemos nós fazer, também podemos emigrar e tornarmo-nos embaixadores do melhor do que existe em Portugal. O amor é livre e serve também para nos libertarmos.
Caro anónimo (nome popular este… se calhar é brasonado…), compreendo a sua revolta e garanto-lhe que nós não discordamos. No entanto não acho que a minha pátria seja madrasta, os chulos que a exploram é que a deformaram numa cabra. E sim, o amor pátrio por si só não leva a lado nenhum, até que amor pátrio por si só (como simples sentimento passivo) não existe, é uma falsidade e uma desculpa para não fazer nada, amor pátrio é obrigatoriamente activo e febril, é acção… é o MIL!
E amigo, se fosse rico não precisaria de estudar, se tivesse património não estaria a escrever isto da cave alugada sem luz solar onde durmo, estaria a zelar por ele para o tornar maior e mais belo, não teria aproveitado hoje que não chove para usar as botas que têm a planta da sola rota porque não há o risco de molhar os pés. O meu nome familiar é esse que está aí escrito, eu adianto-lhe o trabalho, há dois brasões com ele, não sei qual é o meu. Sou neto de um homem grande e de pele grossa por ter cavado batatas a vida toda, sou filho de um ainda maior por com dez anos ter ido trabalhar como estivador para Lisboa. Sim, sou o mais nobre dos homens.
Mas fique sabendo, não discordo de si, mas condições materiais não caem do céu, é necessário que haja um grande impulso e uma grande coragem para arriscar e investir no país, e se essa coragem vier do amor pátrio e romântico qual é o mal?
E sim, prenda-se essa gentalha, não apoio o exílio, seria cruel para a Patagónia, mas apoio vivamente o acoitamento público ao Domingo depois da missa. Também reconheço a sua raiva como legitima, o ódio é uma forma de amor, e se você tem raiva é porque algo em Portugal não lhe é indiferente, se fosse não estaria a ler este blog nem tão pouco a dar-se ao trabalho de contribuir com comentários.
Ponha-se também a pau… olhe que isso pode ser amor.
Abraços MIL
Caro Anónimo
Uma vez que vamos cruzar ferros (no sentido literal claro) esgrimindo argumentos contra e a favor, rezam as regras da boa educação que os duelistas saibam o nome um do outro. Perdoe-me se exijo demais mas é que sabe, os meus antepassados não me deixaram grande património financeiro ou imobiliário mas um enorme património feito de valores e um nome de honra intacta.
Fala da necessidade de um novo 25 de Abril, respeito a sua ideia mas não percebo em que é que iria ajudar...
Provavelmente sabe que o nosso Estado continua a pagar indemnizações alusivas ao PREC, à descolonização e até de danos causados pelas FP 25. Para já não falar do maior incentivo à preguiça que é o rendimento mínimo garantido.
No entanto estou totalmente consigo quando diz que devíamos cortar uns quantos pescoços, talvez não seja má ideia sabe... Pode ser que assim os nossos governantes entrem na linha! Em África funciona. Um rei tem sete anos para provar o que vale, se governar mal, matam-no e põe outro no seu lugar.
Abraços MIL
Aqui e lá
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u350524.shtml
Claro que contamos, Biazinha, contigo e com os da tua geração, deste e do outro lado do Atlântico, na construção de uma Mátria de afectos, que nos é Casa de Todos!
Beijinhos.
Enviar um comentário