A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 9 de março de 2008

Da Viabilidade de Portugal como país independente

Portugal tem a ímpar qualidade de possuir um Futuro que em lugar de ser uma concretização egoísta de um qualquer objectivo nacional, como sucede com a maioria dos países europeus, é a promessa do cumprimento de um destino universal e pan-nacional.

Este é verdadeiramente a razão pela qual Portugal não pára de se afundar, sem encontrar uma bóia onde se possa agarrar. Portugal está sem rumo, porque falta encontrar um Destino para Portugal, porque os nossos políticos estão desprovidos daquela qualidade que tínhamos em Quinhentos e que se chama de “Imaginação Criadora”, uma qualidade que é particularmente rara nos norte europeus que são mais felizes na expressão prática de uma imaginação que radica na potência física dos germanos e na criatividade financeira dos Judeus que encontraram a Norte refúgio das perseguições católicas.

Mas em que difere Portugal e a Alma Portuguesa do resto da Europa? Em primeiro lugar há que distinguir na Europa os países que têm um coração messiânico daqueles que o não têm e é precisamente aqui que radica a grande diferença entre os países que são independentes por direito daqueles que o são por essência.

Nem todos os países europeus têm a mesma concepção de Independência e alguns deles apenas são actualmente independentes por acaso da História. A maioria dos pequenos países do norte e centro da Europa, como a Bélgica, o Luxemburgo, a Dinamarca, a Holanda e a divisão anómala dos países escandinavos.

Alguns países europeus têm contudo aquela partícula indefenível e essêncial que é a “alma”. Por alma pretendo representar aquilo que os distingue dos seus vizinhos. Nesse sentido, “alma” é um conceito negativo, porque exprime apenas diferença e oposição. Mas existe um outro sentido, mais positivo, do conceito de Alma: a “Alma” é também a força emocional que um colectivo é capaz de exprimir em momentos de grande tensão.

A “alma” de um país resulta da conjugação concorrente de um conjunto de vectores de diversa natureza e que enunciaremos de uma forma muito breve nas linhas seguintes:
a) uma religião comum:
b) uma língua comum:
c) uma única etnia ou uma etnia mesclada uniforme:

Uma vez reunidos estes três elementos estamos perante as condições mínimas para assistir à erupção de uma nacionalidade. Mas a erupçâo de um “estado nacional” é mais difícil e complexa. Nesta última o “acaso” e o “destino providencial” assumem um papel vital e esse Estado incipiente só se consolida depois de um ou vários episódios violentos.

A Guerra de “libertação” ou de “independência” é determinante e indispensável para a eclosão de um Estado Nacional. Na verdade, quanto mais violento e sangrento fôr a “guerra fundadora” mais perene e viável será esse Estado, e quanto menos bélica fôr a “guerra fundadora” mais instável e autodestrutivo será esse Estado.

É como se a paixão das armas e o sofrimento que estas provocam fossem necessários para cimentar um aglomerado de gentes e ideiais reunidos por incidentes fortuitos e pelos insondáveis designios da Mãe Natureza no mesmo local geográfico.

Quando actualmente se assiste a expressões de reserva quanto à viabilidade de Portugal como país independente isso corresponde a um dos maiores absurdos que pode exalar uma boca humana. De todos os países europeus, Portugal é exactamente pelo contrário um dos Estados mais viáveis: com excepção do infeliz exemplo de Olivença as fronteiras nacionais estão consolidadas desde há mais de seiscentos anos. O território nacional forma um rectângulo quase perfeito que coincide por um lado com esse elemento formativo que é o Oceano Atlântico e por outro com a gigantesca e opressiva “Espanha”/”Ibéria”. Portugal tem também uma única etnia e língua e está assim isento dos problemas estruturais de espanhóis, britânicos e belgas, entre outros. Do ponto de vista religioso, as raízes profundas da religiosidade portuguesa estão bem assentes num pano religioso pré-cristão, de matriz tripla, celta, sudibérica ou cónia e judaico-fenícia. Sobre esta matriz tripla foi deitado o vaso de azeite quente que foi o cristianismo que os portugueses beberam com tanta avidez, tanto que hoje por ele sentem fastio. Embora o cristianismo tenha permitido consolidar pela Fé o ardor combativo dos primeiros tempos da nacionalidade e da Expansão, levado ao extremo por mão de fanáticos arrastou o país até ao estado miserabundo onde hoje se encontra. Portugal teve igualmente a imensa sorte que foi a de ter mesmo a seu lado, um Império Castelhano falsamente designado de “Espanha” e que na sua voracidade ibérica tentou várias vezes engolir esta “Espanha”. Como escreveu Agostinho da Silva, o grande milagre de Portugal foi o de ter conseguido manter-se independente numa Península Ibérica em que Castela anexou todas as outras nacionalidades.

Portugal é assim um país viável, e até mais do que isso. Um país cuja viabilidade transcende o seu próprio solo nacional, tamanha é a missão que o Mundo espera que ele venha a cumprir.

2 comentários:

Anónimo disse...

Há aqui muitas simplificações. Cuidado com os juízos sobre realidades nacionais e culturais que não conhecemos bem e, sobretudo, com essa ideia da necessidade de uma guerra fundadora para que um país seja mais viável... O que nasce da cisão e da violência morre pela cisão e pela violência, o que nasce morre... A não ser que entretanto se transcenda, que é o que esperamos de Portugal: que se transmude numa consciência supra-nacional e universal, que é o que diz o mito-metáfora do Quinto Império. Só assim escaparemos, na história, à sua erosão.

Rui Martins disse...

Esse foi o facto histórico que esteve na base do assentamento daquilo a que hoje chamamos de "Portugal". Não vejo onde está a "simplificação", a menos que a tal se refira às minhas capacidades intelectuais, as quais, são, de facto, as de um "simples" e "amador" no melhor sentido dois dois termos. E ainda bem, caro crítico.