Caro Professor Aguilar
Recebo a informação que o senhor me enviou. O texto sobre Moçambique traduz a vergonha que os países de língua portuguesa sente por Portugal. As ferida da colonização estão lá. A entrevista do outro senhor me parece boa pois é um estrangeiro que gosta da língua mais do que muitos lusófonos (como você mesmo diz lusófobos).
Quanto à petição não vou assinar, não senhor, pois defender a convergência lusófona sem conseguir unificar minimamente (é o caso) as ortografias para facilitar o uso da língua portuguesa, principal fundamento da concepção da Lusofonia, é a mesma coisa que querer fechar o olho do cu sem encolher os colhões.
Ao contrário do que você diz com o acordo a unificação ortográfica fica por fazer. Veja este artigo que saiu num newsletter da sua terra em que o articulista nomeadamente diz com todas as letras:
E leiam-se estas pérolas na nota inicial: "cará[c]ter meramente estético", "a polé[ê]mica então desatada", "os acadé[ê]micos portugueses e brasileiros", "definições como cara[c]terística e pré[ê]mio".
http://dn.sapo.pt/2008/03/26/opiniao/o_preemio.html
Me desculpe se eu não respondeu como você queria mas a lusofonia como o senhor professor sabe é assunto que levo no peito.
Muito respeito pelo senhor Aguilar.
Gil Quialunda
Caro Gil
Como se costuma dizer na nossa língua, por vezes o óptimo é inimigo do bom...
É verdade que este Acordo fica ainda aquém do que poderia ter sido conseguido.
Mas mais vale este Acordo do que que nenhum...
Abraço MIL
Renato Epifânio
Absolutamente de acordo. Mais vale este acordo ortográfico do que nenhum. Nada impede que ele seja corrigido na acção. Cada vez mais estou convencido que o problema antes de ser linguístico é um problema político e às vezes até xenófobo de todos os lados e a partir de todos os quadrantes. Num livro que acabo de receber de Mia Couto em Francês diz na capa o seguinte:Récit traduit du portugais du Mozambique. E contentemo-nos que não diga traduzido do moçambicano.Desnecessário se torna referir que não há diferenças semânticas, ortográficas morfo-sintácticas entre a língua de Mia Couto falada em Portugal ou em Moçambique. Apenas as naturais variações lexicais existentes em todas as línguas do mundo. O que não se faz para esconder a língua da potência colonial de outrora! O Brasil foi mais longe na ideia de ter uma língua do Brasil, o Brasilino proposto por Monteiro Lobato. Que felizmente faliu mas que deixou marcas que ainda hoje os linguistas brasileiros não sabem como resolver. Uma prova neste excelente artigo que talvez conheçam:http://www.collconsultoria.com/artigo10.htm <http://www.collconsultoria.com/artigo10.htm>O que não fazem os portugueses para reduzir a língua falada nos países lusófonas a meros crioulos para não utilizar termos insultuosos!Claro que isto não ajuda à ideia ou projecto utópico mas, contraditoriamente bem apreciado e invocado por todos.Deixo-vos com este desabafo
Um abraço...lusófono claro.
Luís Aguilar
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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