Decorre hoje, dia 20, pelas 18. 30, o 3º Encontro Inter-Religioso de Meditação, no Centro Bahá’í de Lisboa, na Av. Ventura Terra, n.º 1 (Metro Telheiras). É uma iniciativa que tem suscitado muita adesão e que visa reunir pessoas de todas as religiões e tradições na experiência em comum do silêncio perante o que para cada um houver de mais sagrado. Corresponde plenamente ao espírito ecuménico que Agostinho da Silva e o MIL assumem como vocação de Portugal e da comunidade lusófona.
Amanhã, dia 21, à mesma hora, falaremos sobre "Ilusão e Criação em Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa" no Anf. IV da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (cf. Agenda do MIL).
A entrada em ambos os eventos é livre. Sejam bem-vindos.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
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11 comentários:
Mais uma vez, Portugal falhou. Não o Portugal que temos, que esse falha quase todos os dias, mas o Portugal que é o espírito de Agostinho da Silva. O peso das academias, de instituições bolorentas, de filosofias caducas, triunfou sobre a clareza do espírito. Estejamos todos de preto por fora como de preto estamos por dentro: um Portugal falhado, uma conferência falhada, um espírito falhado. A conferência foi um insulto a tudo o que o espírito de Agostinho da Silva realmente representa, ou deveria representar para nós. Assim não vamos lá.
Tenho lido algumas coisas absurdas neste blogue, mas nunca algo tão absurdo quanto o comentário anterior. Eu estive na conferência. Eu e, aproximadamente, mais trinta pessoas. E garanto que se passou exactamente o contrário... Obviamente, cada um pode dizer os disparates que entender. Só não deve é invocar "o espírito de Agostinho da Silva"! Haja decoro, e paciência...
Também estive presente! Confesso que não percebi patavina mas eu sou de ciências (como o Daniel, suponho). Para Filósofo, contento-me com o nosso Sócrates...
Caro Amigo Daniel, fico contente que tenha achado isso, porque significa que pode e sabe fazer mais e melhor. Mas, em nome da clareza do espírito, creio que, quando arriscamos fazer juízos negativos sobre o trabalho alheio, cumpre no mínimo fundamentá-los, para que a crítica seja construtiva e não se confunda com o insulto.
Caro Daniel,
Aquilo a que hoje viu foi uma(excelente)conferência numa faculdade, e não o falhanço de Portugal, duma anunciada ressurreição de Agostinho da Silva ou da colonização de Marte. É pena que não a tenha sabido apreciar enquanto aquilo que ela foi, para a desprezar enquanto aquilo que não era suposto ser.
Se não ficou claro o que já escrevi, então que se clarifique imediatamente: não escrevi porque posso ou porque sei mais que o senhor Paulo Borges, ou qualquer investigador sério em assuntos de cultura portuguesa. Na verdade, se o escrevi, foi porque o pouco que posso está nesse escrever, e porque o pouco que sei (sobretudo em áreas como as da cultura portuguesa) me permite focar mais facilmente a atenção noutros aspectos que me parecem a mim ser mais importantes. Quer a Associação Agostinho da Silva ser o quê?, lhe pergunto, e vos pergunto. Se essa Associação vai realmente buscar o nome a esse homem será porque acha que a sua obra é grande o suficiente para merecer ser continuada, ou é porque o nome soa bem ao ouvido? Se de facto busca a concretização dos ideais que Agostinho não cumpriu, então como procurará ela cumpri-los? Dada a natureza da obra, poderá seguir um de dois caminhos: ou opta por continuar uma divulgação especializada e especializadíssima, onde enreda qualquer um nas teias da linguagem, onde o tecnicismo e o cientificismo da linguagem só consegue separar aquilo que devia ser unido, em que a ausência da espontaneidade da conversa de Agostinho - aquela conversa tão natural e espontânea que vemos nas Conversas Vadias - não é mais que um grande abismo sobre um vazio imenso; ou então pode tornar-se mais clara, chegar a mais pessoas, lutar pela verdadeira instrução - o verdadeiro farol de Agostinho. Ora nesse colóquio que se passou não aconteceu nada disso. A conversa, fechada sobre si mesma, presa ao papel, de um contexto literário e técnico excessivos, demove qualquer pessoa de se poder inteirar de quem realmente foram Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa. O seu texto, senhor Paulo Borges, está muito bem redigido, é verdade; mas será que faz sentido no âmbito de uma conferência? O seu texto, e o senhor até o disse, está escrito com um aprumo literário, visa a publicação. Mas será que é compreensível, que é claro para quem desconhece a beleza que há num Pessoa ou num Pascoaes? Como é que é possível querer levar a cultura às pessoas, a todos, se a linguagem que se usa não é clara? - e olhe que não é preciso usar tanto palavreado filosófico e metafísico para falar do que quer que seja. A prova disso não está em mim, ou no facto de eu saber ou não saber mais que o senhor, a prova está nas próprias conversas vadias do Agostinho, nas conversas que eram apreciadas por tanta gente sem se saber como. E falava o Agostinho tão depressa de Física e Matemática como de Cultura e Teologia e Metafísica... A questão aqui é a procura da simplicidade. É o despojamento dos canudos e das palavras caras. E isso, repito-lhe, não foi conseguido. "Primeiro degrau das coisas...", diria Agostinho. Se queremos realmente dar cultura a toda a gente é preciso primeiro torná-la compreensível. Se a fechamos em ambientes ou linguagens académicas ou universitárias caducas estamos fazendo o mesmo que todos os outros até hoje fizeram: publicam-se umas revistinhas, levantam-se umas polémicas entre escritores e pouco mais. Fazer, não se faz nada - ou apenas muito pouco. Quem já tem a cultura para perceber, percebe; quem a não tem, fica na mesma porque nem tem cultura para perceber nem tem quem o introduza a essa cultura. E o que falta é o que faz uma Universidade ser Livre. Ser Livre porque qualquer um, independentemente do seu meio cultural, social, económico, religioso e etc., pode aprender quando quer aprender. E a isso é que chamo o espírito de Agostinho (certamente não se trata do fantasma de Agostinho que de vez em quando nos visita...). O espírito de Agostinho é a ideia, ou as ideias, que ele cá deixou por cumprir. Sou completamente avesso a qualquer iniciativa cujo objectivo seja menos ambicioso que este - este, sim, o verdadeiro ideal a alcançar. E, pelos vistos, não fui o único a sentir isso, veja-se aqui o comentário de Jorge Batista. Portanto, senhor Renato Epifânio - e agora digo-o mais claramente - , se o verdadeiro Ideal agostiniano é levar a cultura a toda a gente, então esta conferência falhou por inteiro quanto ao Ideal. E se esse Ideal é, de facto, o Ideal português (não o ideal dos portugueses, mas o Ideal de todos aqueles que procuram viver a cultura do modo como ela foi sonhada pelos portugueses), então esse Ideal, ou esse Portugal, falhou e diz-se que houve um insulto porque em nome de uma Associação que deverá ou deveria procurar atingir esse Ideal se seguiu o caminho exactamente oposto daquele que, segundo esse Ideal, seria o único caminho possível. Enquanto esta situação se prolongar, como aliás se tem prolongado, o Ideal nunca será atingido.
Caro Daniel, creio haver aqui um equívoco fundamental. Por um lado, não fiz a conferência em nome da Associação Agostinho da Silva e muito menos em nome de Agostinho da Silva, do seu ideal ou do seu espírito: fiz a conferência em meu nome, na sequência de um trabalho que tenho desenvolvido de interpretação do pensamento português contemporâneo. Por outro, o âmbito desta conferência é de facto um âmbito académico e especializado, que supõe informação sobre a tradição filosófica ocidental e não só, embora lá tenham estado pessoas sem formação académica que muito a apreciaram e compreenderam.
Estou inteiramente de acordo com o que diz sobre levar a cultura a todos, mas isso tem o seu lugar próprio. Também o tenho feito, em centenas de palestras por todo o país e fora dele, sem estar preso a papel algum e sem usar linguagem técnica. Agora, em nome da clareza e de um populismo cultural, não se pode rejeitar o lugar próprio da cultura erudita: se Pascoaes e Pessoa tivessem escrito com a clareza que invoca, para serem imediatamente entendidos por todos, ao nível básico que é o do senso comum, nunca seriam Pascoaes e Pessoa e ninguém hoje se interessaria por eles. O mesmo se diga, aliás, de Agostinho da Silva, que era uma coisa quando falava para todos (e mesmo assim muitos diziam que devia estar gágá, por não acompanharem os seus subtis paradoxos) e outra quando escrevia. Há muitos textos filosóficos de Agostinho dos quais o meu amigo diria o mesmo que diz da minha conferência, se os tivesse lido...
Enfim, há que reconhecer e não confundir o lugar próprio da cultura erudita e especializada e o da divulgação cultural. Devem coexistir, sem se confundirem e sem se anularem. Na verdade, sem a primeira, o que se divulgaria afinal ?...
Mas agradeço-lhe muito a sua crítica.
A questão é simplesmente esta: o Paulo Borges não estava ali a fazer um discurso de promoção do ideário do MIL. Se fosse esse o enquandramento, eu teria sido o primeiro a dizer ao Paulo directamente que tinha sido um "falhanço". O Paulo estava ali, enquanto Filósofo, numa sessão organizada pela Associação Agostinho da Silva e pela Associação Marânus, para esmiuçar algumas afinidades entre Pascoaes e Pessoa a propósito da conceito de criação. Ali não havia lugar para falar de Portugal, muito menos do MIL...
Senhor Paulo Borges, compreendo o seu ponto de vista - mas não posso deixar de lhe notar que quando Pessoa usava uma linguagem erudita, ou mesmo quando via Bernardo Soares a escrever todos aqueles desassossegos, o fazia com o propósito exacto de escrever na linguagem que lhe era própria, para si, e com vista à publicação em revistas literárias. O mesmo acontece com o Agostinho de alguns livros, como diz, porque o objectivo era exactamente a publicação, um objectivo específico e especializado. Agora, para uma conferência, não concordo que o caminho que tomou tivesse sido o melhor. Ou, por outra, não vejo em que é que pode esse caminho acrescentar alguma coisa ao que já há. E tenho muitas dúvidas acera da existência de uma relação inversamente proporcional entre erudição e clareza. Vou-lhe contar uma coisa que se passou ontem: um amigo meu, que tinha também ido ver a conferência disse muito sinceramente que as únicas partes que tinha percebido [leia-se aqui que tinham ficado claras o suficiente para que ele as pudesse compreender] eram aquelas em que o senhor citava directamente Teixeira de Pascoaes! Não acha isso, pelo menos, curioso? Então esta é afinal uma questão de erudição (da cultura que se tem mais ou menos, dos autores que se conhecem ou não) ou uma questão de clareza (a maneira, linguagem, discurso, como eles são apresentados)? Falando em Pessoa, que é dos dois o que melhor conheço, poder-se-ia dizer que Alberto Caeiro não era claro quando escrevia? Na grande maioria das vezes era. Deixava de ser erudito por algum momento? Tenho sérias dúvidas quanto a isso, ou não falaria ele de Jesus Cristo, de argonautas, de Cesário Verde, de Virgílio, e etc., inclusivamente de conceitos abstractos, metafísicos, filosóficos, ou o que se lhe queira chamar, de uma forma crítica - isto é, mostrando que não só conhecia a sua cultura e a compreendia como também, e sobretudo, era capaz de fazer uma análise crítica cuidada em relação aos seus vários aspectos.
Caro amigo, não tenho feitio para ser advogado em causa própria e por mim fico por aqui. Só noto que, se houve quem não gostasse, creio que mais houve que gostaram, o que só mostra que há gostos e desgostos para tudo, como sempre. Como já lhe disse, aprecio e agradeço a sua crítica e frontalidade, mas com a mesma frontalidade lhe digo que já me parece duvidosa e bastante arrogante a sua pretensão de saber o que se deve passar numa conferência científica dada numa universidade e de julgar se foi ou não acrescentado algo ao que já se disse sobre esta questão em Pascoaes e Pessoa... Afinal, para avaliar isso, você teria de ter compreendido alguma coisa, o que pelos vistos não aconteceu... ao contrário da maioria dos presentes... Com críticas destas não vamos lá.
Boa noite. Eu também estive na dita conferência e não duvido da qualidade do que foi dito pelo Senhor Paulo Borges, pelo contrário. Mas concordo com o Daniel na medida em que o texto, para quem estava a ouvir, era um pouco complexo demais e de difícil interpretaçao, ou melhor "digestão". Mas, e mais uma vez, não por falta de qualidade do mesmo, mas apenas porque era complicado acompanhar, pensar, reflectir e integrar tanto conhecimento e ideias tão intrincadas de uma vez só. Mas tal como foi dito pelo Senhor Jorge Batista, talvez esta não compreensão se deva ao facto de não termos os conhecimentos "necessários" (já que são também as ciências a minha área)para o seu total entendimento, pelo menos directamente, na maneira oral como foi apresentada (porque, provavelmente, numa leitura calma e pausada conseguiríamos "absorver", de um modo directo e imediato). Finalizando, se foi o fosso criado no mundo das ciências e das letras que impediu o total entendimento a (algumas) pessoas sobre o tema que foi versado nesta conferência, gostaria de sugerir (se tal me for permitido) uma futura conferência, em que se utilize uma linguagem (um pouco) menos técnica, de modo a que qualquer pessoa (que tenha alguns conhecimentos, neste caso, de Fernando Pessoa e Teixeira de Pascoaes, e que se interesse pelos mesmos, e por outros já agora)compreenda e partilhe a totalidade, ou pelo menos grande parte da totalidade, das informações que foram apresentadas nesta conferência que são, sem dúvida, de grande importância e interesse para tanta gente.
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