Destaque de primeira página.
Desenvolvimento do tema nas páginas 6 e 7.
Inclui depoimentos do escritor Fernando Dacosta e do general Tomé Pinto, a favor desta petição em particular e do reforço dos laços lusófonos em geral.
Publica-se ainda uma entrevista a Paulo Borges, Presidente da Comissão Coordenadora do MIL (Movimento Internacional Lusófono):
1 — Porquê surgiu esta ideia de lançar uma petição na Internet sobre a necessidade de criação desta força policial e militar de manutenção da paz no quadro da CPLP?
A ideia da petição resultou da situação grave vivida no território timorense e da nossa convicção de que uma força de paz lusófona, a avaliar pelo desempenho dos militares da GNR aí destacados, poderia agir com uma eficácia, sensibilidade e conhecimento da realidade local que as outras forças, não lusófonas, não parecem ter. A criação desta força é também fundamental para a segurança e a paz em todo o espaço lusófono, sem deixar isso na dependência de forças alheias à identidade histórico-cultural dos seus povos. Note-se que esta petição não visa mais do que pôr em prática o consagrado nos Estatutos da CPLP, onde, no artigo 3º, se diz claramente que um dos seus objectivos é "a cooperação em todos os domínios ", entre os quais a "defesa e segurança pública". Nesse sentido, foi acordada desde há cerca de dez anos a realização de exercícios militares (Felino) conjuntos pelas Forças Armadas dos estados-membros da CPLP, para treinar unidades para operações humanitárias e de paz. Se no plano teórico isso está consagrado, porque nunca se põe em prática ? O problema é a falta de vontade e coragem política, por sua vez enraizada na falta de uma visão da comunidade lusófona como um projecto vantajoso para todos os estados-membros, que se deve promover, proteger e afirmar no plano mundial.
2 — Na petição é referido que para além da criação desta força policial e militarizada de manutenção de paz, tal deveria ser conjugado igualmente numa ampla acção no plano cívico e cultural. Em que medida, concretamente, isso deve ser feito?
Para nós, Movimento Internacional Lusófono (MIL), há que promover, acima de tudo, a consciência de um destino comum dos povos e das culturas lusófonas, irmanados pela língua e pela história, livre de traumas pós-colonialistas e de tentações neo-imperialistas. Isso deve ser feito através do reforço do ensino do português onde ele ainda é limitado e pelo ensino da história e da cultura de cada nação lusófona em todas as demais nações da CPLP. Além disso, a ideia da própria comunidade lusófona deve tornar-se tema de discussão pública em todo o espaço lusófono, avaliando-se as vantagens, a nível cultural, político, militar, social e económico de uma aproximação crescente das nações lusófonas e da sua afirmação conjunta no plano internacional.
3 — Sendo que todos nós conhecemos as fragilidades da CPLP e, tendo em conta, que na petição é referido que a força policial a criar «poderia incluir, tanto quanto possível, unidades policiais oriundas de todos os países lusófonos, de Timor a Cabo Verde e forças navais brasileiras e portuguesas, para além de forças especiais angolanas, brasileiras e portuguesas», a pergunta é esta: considera que este consenso seria possível (já que as várias forças policiais em causa têm também elas naturezas diferentes)?
Creio que, havendo discernimento, vontade e as pessoas certas nos lugares certos, todas as fragilidades são superáveis e todos os consensos são possíveis. Por outro lado, por mais que as forças em causa sejam diferentes, nunca são tão diferentes ao ponto de não falarem a mesma língua e de não partilharem de um mesmo sentimento de fraterna pertença a uma mesma comunidade. Se isso se manifesta no futebol, porque não se manifestará noutras dimensões da vida ?
4 — Na sua opinião o que tem faltado à CPLP para se impor no tabuleiro diplomático que ela representa, tendo em conta que ela é muitas vezes acusada de «falta de visibilidade», «inacção» e de «apatia»?
É um facto que isso existe. A CPLP é uma excelente ideia que ainda não foi verdadeiramente posta em prática, existindo até agora a um nível muito formal. Mas isso não faz dela uma má ideia. Creio que padece de falta de liderança, que idealmente deveria ser comum a todos os estados-membros. Todavia, enquanto isso não acontecer, creio que é a altura de Portugal e do Brasil assumirem, sem complexos, a sua maior capacidade de dinamizarem tudo o que está previsto nos estatutos da CPLP. Isso depende de profundas mudanças a nível das mentalidades e de se colocarem nos lugares de decisão político-cultural pessoas que estejam verdadeiramente sintonizadas com a ideia de uma aproximação lusófona e da sua afirmação internacional.
5 — Por fim, até onde tencionam ir com esta petição? Quais os seus objectivos?
O MIL, recentemente criado, mas contando já com mais de quatrocentas adesões, de todos os países lusófonos, é um movimento cívico e cultural, associado à Revista NOVA ÁGUIA (http://www.novaaguia.blogspot.com/), que visa, com esta petição e outras formas de intervenção, defender uma aproximação crescente da vida cultural, política e económica das nações lusófonas, até uma futura União Lusófona. Estamos convictos de que os 240 milhões de falantes da Língua Portuguesa constituem uma comunidade com a vocação de estabelecer pontes entre os diferentes povos e culturas, promovendo uma cultura da paz e da fraternidade à escala planetária. Para isso são necessárias profundas mudanças mentais e políticas. No nosso caso, Portugal precisa de uma nova geração de líderes, cultos e formados dentro dos valores da cultura portuguesa e lusófona, com uma visão ampla e desinibida sobre as potencialidades culturais, políticas e económicas da comunidade lusófona. O nosso problema são as oligarquias de administradores, tecno-burocratas e políticos carreiristas e ignorantes, instalados nos partidos, nos grupos económicos e no estado, que desprezam a cultura e o bem comum e não têm a mínima ideia de um objectivo e uma estratégia para Portugal. O MIL assume-se como alternativa a isso e admite o combate político nesse sentido, quando for o momento oportuno.
P.S.: Se quiser assinar a petição e/ ou aderir ao nosso Movimento, consulte, por favor, o nosso blogue: http://www.novaaguia.blogspot.com/
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Destaque de "O Diabo" à Petição MIL "Por uma Força Lusófona de Manutenção de Paz".
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6 comentários:
Um jornal que não resisto a comprar de quando em vez.
eis a primeira pedrada no charco.
mais virão.
e eis o momento de começar a pensar/implementar novas acções...
vai uma feira do livro lusófono?
O MIL devia era formar um governo paralelo e refundar Portugal à margem do estado, até ser o estado a revelar-se marginal.
Patriota libertário, que excelente ideia! Já ando a pensar nisso há uns anos, é a primeira vez que encontro alguém com a mesma ideia. É isso mesmo, amigo, assim é que é!
Como é que se concretiza essa ideia?
Criando uma rede de confrarias / núcleos MIL que ponham em prática o Portugal a que aspiramos, no plano cultural e da entre-ajuda cívica, social e humanitária, do modo mais independente que for possível do estado e dos poderes instituídos. Se nos mobilizarmos podemos fazer muitas coisas sem esperar nem depender de ninguém. É assim que entendo o melhor deste projecto do MIL.
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