A questão de Timor parece-me que tem vindo aqui a ser colocada nos seguintes termos: Vamos ou não vamos a eles? A vontade é de ir, claro.
Mas a questão não é tão simples assim, objectivamente (um enquadramento político circunstancial e o seu enquadramento geopolítico seria um pouco longo, mas se necessário muito bem.), primeiro é preciso definir quem são eles e depois quem é que vamos apoiar, as forças no poder (lá instaladas através do golpe de Estado) pró-Austrália /USA, ou os que querem a independência e que contavam com Portugal para isso, mas foram afastados pelo tal golpe?
Resolvida esta questão é preciso avaliar que tipo de força deve ser usada, a GNR para combater a inteligência e o exército australiano por que qualquer oposição nossa à sua missão era o que acabaria por se dar? Ou outro tipo de força para apoiar os anseios políticos (eventualmente guerrilha) dos que lutam por uma verdadeira independência face à Austrália/USA?
Pessoalmente não sou ou a favor nem contra o envio de mais forças da GMR para lá, pois é minha convicção profunda, analisada a situação (política circunstancial mais relação de forças mais petróleo) que isso não vai aquecer nem arrefecer, embora haja um senão que é o de ajudar a conferir legitimidade a um protectorado da Austrália sobre Timor, mas isso também não aqueceria nem arrefeceria por ai além, depois do apoio que temos dado a conferir legitimidade a tantas patifarias, a última delas no Kosovo onde se roubou um território a uma Nação (a Guimarães dos sérvios) para se entregar a um bando de criminosos e narcotraficantes com cadastros reconhecidos internacionalmente e curiosamente com ligações à chamada Al-Qaed (a tal organização montada pelos EUA para combater os soviéticos). Naturalmente que se sabe que este roubo e entrega tem a ver com a base USA, Camp Bondsteel, a maior base militar americana depois da II Guerra Mundial (25 Km de estradas, 3000 edifícios, 14 Km de muros de betão e 84 de arame farpado) construída nos últimos anos para assegurar o controlo do oleoduto e dos campos de petróleo da Albania. ( a tal relação de forças e o petróleo). Bom e outras patifarias legitimarias, tais como desmembramento da Jugoslávia , do Iraque, do Afeganistão e do Líbano.
Respeito com o coração os que votam sim ao envio da GNR, mostram preocupação e boa vontade, o que não é pouco.
Quanto a mim apoiaria com convicção os timorenses que lutam pela verdadeira independência, único garante de Timor continuar a ser da família lusofona.
E esta página poderia ajudar e muito, obtido o acordo deles, divulgando a sua luta, os seus problemas e objectivos e o mais que se fosse vendo possível fazer.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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7 comentários:
Obviamente, o envio de tropas lusófonas não visa apoiar qualquer governo. No caso de Timor, visa apenas garantir a segurança do povo timorense, bem como das muitas pessoas da sociedade civil (nomeadamente, das ONGs) que lá estão (não apenas portuguesas) e que lá devem continuar (até em maior número, conforme defendemos). Também tenho muitas e sérias reservas relativamente ao actual governo timorense. Mas daí até defender uma política de "terra queimada", de "quanto pior melhor", sacrificando o povo timorense para desse modo pôr em causa o governo de Timor, vai um grande passo. Demasiado grande. Um passo que eu nunca darei...
Caríssimos,
Tenho lido o blog da Nova Águia com alguma atenção e entre as muitas coisas de que discordo, a petição para o envio de um força lusófona para Timor é das mais irresponsáveis que aqui li.
Esta dita força lusófona vai defender os Timorenses de quem, dos próprios Timorenses? "Malais" (estrangeiros) a policiar, a prender e bater em Timorenses!!!
Não são aqui identificadas as causas da violência em Timor, por isso vou aqui enumerar algumas e depois gostaria de saber em que medida é que um bando de lusitanos, "Malais" com cassetetes na mão, as vão resolver:
1 - Taxa de desemprego superior a 50%, que é habilmente encapotada pelo Banco Mundial com recurso a estatísticas que consideram como população empregada as famílias que vivem apenas do que produzem no seu Quintal;
2 - Acordo bilateral e forçado com a Austrália sobre a exploração de petróleo que prejudica claramente a nação Timorense (acordo negociado por Ramos Horta). Neste acordo está previsto p.e.que Timor não poderá refinar o seu próprio petróleo;
3 - Antigos militares e ajudantes da Falintil que reclamam um posto militar em virtude da falta de emprego. Típico em países que sairam de grandes revoluções e que ninguém fez nada para antecipar este cenário;
4 - Muitos projectos feitos por ONG's e pela ONU que são pagos principescamente e que não têm qualquer avanço prático;
5 - Falta de ocupação para os jovens, com Ministérios da Cultura e do Desporto cheios dos tais projectos pagos principescamente e que depois não têm financiamentos porque o dinheiro já foi todo para as empresas que os projectam (empresas na sua maioria australianas) Não vejo que um único cassetete resolva estes problemas.
Querem ajudar!!! Comecem por denunciar os acordos do ouro negro que iram prolongar o negro destino dos Timorenses.
Trabalhei um ano em Timor a redefinir a rede escolar, no Atlas de Timor e a definir a fronteira terrestre entre Timor e a Indónesia (projectos concretizados), fiz mais de 8.000 mil quilómetros, conheci Liurais, professores, agricultores, militares, homens e mulheres de todas as idades e étenias, conheci ainda muitos “Malais” interessados em ajudar Timor, e podem acreditar que a última coisa que os vai ajudar é uma força "Malai" para bater nos miúdos desempregados, sem ocupação e com um futuro nebuloso e que se entregam às lutas de gangs que vêm nos CDTV de filmes americanos que os chineses vendem.
Se quiserem mesmo ajudar peçam um financiamento para abrir uma Universidade do Povo em Timor, isto sim era uma coisa que o Agostinho da Silva ia gostar.
Vamos fazer a pergunta ao Agostinho onde quer que ele esteja:
Associação Agostinho da Silva -"Agostinho mandamos uma força militarizada e policial ou mandamos uma equipa de pessoas com vontade de abrir uma universidade do povo?"
Agsotinho - "Podem enviar os militares e os policias mas tirem-lhes as armas e digam-lhes que ensinem aquilo que sabiam antes de aprender a prender e a fazer a guerra! Agricultura, carpintaria, electricidade,…, amizade e solidariedade"
Peço desculpa se abusei ao tentar reproduzir o que diria o Agostinho da Silva, no entanto, cheira-me que a ideia de uma força militarizada e policial não seria muito do seu agrado.
Deixemos-nos de delírios militaristas a lei do cassetete não serve ninguém, ainda para mais quando o agressor é "Malai".
Já agora, há uns poucos professores a ensinar português nas primárias e em algumas provincias até ao 6 anos, no entanto granato-vos que entre os jovens e adultos entre os 16 e os 40 contam-se apenas com os dedos de poucas mãos os que falam opu arranham português. Como é que os cassetes vão ajudar o MIL a difundir a língua portuguesa a estes jovens e adultos?
Cumprimentos,
Já agora, hoje sairam alguns dados de um relatório pedido por Ramos Horta (antes do lamentável atentado à sua vida), que indicam a presença de redes de prostituição infantil e tráfico de droga usadas por funcionários da ONU, das ONG's e das elites asiáticas. Estes dados lembraram-me alguns comentários que ouvi várias vezes em Timor: "Deus queira que nunca venha para cá nenhuma base Americana ou Australiana, por que se não isto passa a ser só prostituição e bebados e como nas Filipinas".
Tarde demais!!!
Quais seriam os planos de contingência para evitar que os homens da força lusa viessem a engrossar o mercado de prostituição num país com uma taxa de desemprego brutal e que deixa vulneráveis à exploração humana mulheres e crianças?
O problema não é o actual governo timorense, ele é a consequência. Ou melhor,é parte integrante do problema juntamente com as forças de ocupação Austrália/USA (morrendo o bicho acaba-se a peçonha).
O povo timorense não terá futuro com a presença dessas forças de ocupação, e naturalmente muito menos a lusofonia, o que, face ao problema principal, que é a dignidade de um povo. até é secundário.
A enumeração dos problemas e causas do que aflige Timor estão bem enunciadas no segundo post de
Gonçalo g.
De qualquer modo, caro Epifanio (permita-me) compreendo a sua posição, o desejo sincero de ajudar, e pode crer que ficarei muito feliz se o meu ponte de vista estiver errado e o seu certo.
Mas alguém acredita verdadeiramente em independências reais de países do tipo de Timor ou do Kosovo?
Se até países de maior dimensão e antiguidade, estão ocupados e amarrados de pés e mãos pelos vários imperialismos, entre os quais e principalmente o americano, como querem que Timor não se tornasse um protectorado Americano/Australiano?
É tempo deixar de dormir acordado!
Saudações Nacionalistas.
Frei Tomaz
Caro “Gonçalo G.”
Quem tem argumentos, não precisa de insultar. Como os tenho, não lhe devolvo o insulto de “irresponsável”. Vamos então aos argumentos:
1. Timor precisa de forças policiais e militares estrangeiras para garantir condições mínimas de segurança no seu território. Isso é reconhecido pelas próprias autoridades timorenses.
2. Do que se trata, nessa medida, é, tão-só, de decidir que tipo de forças devem lá estar a realizar essa missão. Neste momento, estão lá forças australianas, sobretudo, com os resultados que se conhecem. O MIL defende que lá devem estar, sobretudo, forças lusófonas.
3. Obviamente, a presença das forças lusófonas não responde a todos os problemas estruturais da sociedade timorense, que tão bem enunciou. Pois não! Tal como não resolve o problema do buraco de ozono…
4. Do que se trata é apenas de garantir as condições mínimas de segurança de modo a que o mais importante se possa fazer depois: é dito expressamente na petição que o envio dessas forças lusófonas não exclui “uma mais ampla acção no plano cívico e cultural, que deve mesmo ser reforçada”
5. Tudo isto porque construir um país demora décadas, senão séculos. Já destruí-lo, pode acontecer num ápice… Veja-se o que se passou recentemente no Quénia!
Por fim duas notas:
1. Agostinho da Silva não era tão lírico quanto julga. Era sim idealista, mesmo visionário, mas não irrealista. Recorde-se, para o atestar, a sua perspectiva sobre a emergência e constituição do Estado Novo… Isto apesar dele próprio ter sido perseguido pelo regime.
2. Escusa de vir com argumentos de autoridade, tipo “eu estive em Timor durante um ano”. Há gente que vive em Timor desde que nasceu e já assinou a petição. Serão eles irresponsáveis?!...
Parece-me muito razoável a resposta de Renato Epifánio assim como a proposta duma força (de interposição?) lusófona, para além da anglófona ou em vez dela. No possível, porque já conhecemos as independências de organismos internacionais como a ONU...
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