"I wanted to have the bluest eyes, so that my Momma will love me, I will have friends, people will stop doing nasty things in front of me and I will not be invisible."
Tony Morrisson - "The Bluest Eye"
Para podermos realmente construir um projecto emancipador para a Lusofonia, é fundamental termos a coragem de remexer nos recessos mais obscuros do subconsciente ... Principalmente aqueles que, de tão obscuros, são os mais influenciados por violações mediáticas e imperialismos/colonialismos culturais ...
Quem entre @s Lusófon@s nunca sentiu, ao menos uma vez na vida, essa vergonha visceral que a Toni Morrisson tão bem expõe e que não se limita aos Afro-descentes?
Quem é que nunca se sentiu minúscul@ ao olhar para um Boticelli, ao ouvir um poema de Petrarca ou ao ler uma revista de moda dos nossos tempos?
Fora aquel@s Lusófonos que, por terem traços e/ou ascendência Germânica, se sintam imunes aos aspectos mais destrutivos da herança estetico-eugénica da cultura Ocidental ... São poucos, mas sei que existem ...
Quem de nós, em reacção inconsciente a tal herança, nunca sentiu uma ligeira ponta de orgulho ao sermos chamados de "Latin@s exótic@s" e "sangue quente" pelos "gringos", tornando-nos assim numa pantomina de nós mesm@s? Seja na pessoa de turistas, amigos, conhecidos ou amantes estrangeiros, ou até ao vermos rostos e corpos semelhantes aos nossos serem celebrados pelos media.
É triste quando precisamos de ser reconhecidos pelos "donos do mundo" para nos podermos dar a nós mesmos a autorização de ser quem somos ...
Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".
Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Não é á toa que as modelos e atrizes mais cotadas do Brasil têm traços Germânicos bem vincados: Giselle Bundschen, Bruna Lombardi, Ana Hickman, Maité Proença, etc ...
Prova de alguma coisa que custa reconhecer porque é politicamente incorreta?
É verdade, os gringos são mesmo os maiores apreciadores de morenas e mulatas aqui no Brasil ...
Isto sem contar que, por esse Portugal e Brasil fora, uma criança loura é muitas vezes celebrada como uma benção na família, um sinal de nobreza e boa fortuna. Toda a gente quer uma amostra dos dourados caracóis da criancinha ...
Nas famílias de mulatos se verifica a mesma coisa: As crianças de tez mais clara são muitas vezes, de uma forma mais ou menos inconsciente, tratadas de uma forma mais favorável do que as outras.
Goa... O melhor site local sobre a cidade em...
língua portuguesa!
http://www.supergoa.com/pt/
Tudo bem, em Portugal e no Brasil acontece isto e aquilo ... E dentro de voês mesmos?
Nunca senti nada disso! Qual «cultura de gringos»? O enlatado WASP? Ou a dinheiraça dos Norte-Europeus?... gente boa, sem dúvida, que vivem em terras frias e arrumadinhas, onde nem uma refeição de jeito se pode comer? e o amor é servido numa travessa de plástico??
A Civilização pertence a um Tempo Maior. Descendo da civilização mais importante do mundo: a mediterrânica, com duas margens e mil caminhos! Tão grande, que a sua herança permitiu que houvesse uma civilização portuguesa, no sentido alto do termo. Não somos apenas uma cultura... sobre os nossos ombros ainda vive o legado - o peso cruel e o levantar de olhos sem fim - da primeira e mais importante civilização da Modernidade!
Só precisamos de criar de novo as condições para que nesta terra cresça gente alta: Portugueses e Portuguesas!
E para tal precisamos de um novo rumo político... e uma Jura de Orgulho!
P. S. Mulatos, somos todos! De tudo e toda a gente - e essa é uma das nossas maiores riquezas!
Chega de Cristos de olhos azuis e pele nívea!!
Nenhum povo europeu é da Europa - descendemos todos de valentes saqueadores, incendiadores de palhotas e violadores... chegámos ao Mediterrâneo e pôde haver Atenas e Roma! Em cujas ruas e salas de espectáculo, bordéis e exércitos se reuniam homens e mulheres de todas as raças, defendidos por um conceito Transnacional de Cidadania.
Claro que encontramos falhas, somos humanos, mas nada se lhe pode, ou pôde, alguma vez comparar!
Em Atenas bastava ser culto para ser respeitado. E em Roma, itálicos e não itálicos, eram defendidos por uma Lei, uma!
E não vale a pena perder-se tempo com conversas estafadas acerca de cidadãos e não cidadãos, do que era a Democracia nesses tempos, e outras merdices que entediariam até a alegria de um piriquito de S. Tomé!
Houve um projecto de Ser Humano, onde todos caberiam, independentemente dos deuses que idolatrassem, das iguarias que fossem as suas, das vestes múltiplas com que cobrissem as misérias da carne ou do que quer que fossem os seus costumes de cama!!
O Klatuu é um exemplo a seguir ...
É pena que seja parte de uma minoria ...
Ainda há demasiada gente com a alma esmagada pelo peso do imperialimo cultural WASP e da dinheiraça norte-europeia ...
Enviar um comentário