Admiro a vossa insistência, o vosso entusiasmo, a vossa MILitância... Mas, de que serve? Ontem, o nosso Sócrates (cada povo tem o Sócrates que merece) anunciou que não ia haver referendo ao Tratado de Lisboa. As razões são conhecidas. Em síntese, mandaram-nos não o fazer. E houve algum levantamento popular? Se houvesse hoje um novo "ultimato inglês", ou uma nova "invasão francesa", ou uma "opa geral espanhola", julgam vocês que haveria algum protesto, algum esboço de resistência?
Os portugueses a quem vocês se dirigem, meus caros, já não existem, já morreram todos. Nem as elites sobraram...
A esse respeito, circula por aí um abaixo-assinado na net de repúdio para com a actual Ministra da Cultura, patrocinado por alguns dos "mais distintos agentes da nossa Cultura". E quem é que eles querem trazer de volta? O Manuel Maria Carrilho, esse confesso inimigo de Agostinho da Silva, de todo o sentido de Pátria, de toda a ideia de Cultura Portuguesa...
Os portugueses a quem vocês se dirigem, meus caros, já não existem, já se tornaram todos europeus... Resignem-se! Eu já o fiz...
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
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6 comentários:
Este presidente e este primeiro-ministro são o órgão com que esta União Europeia sodomiza um povo de cócoras, pondo-se a jeito. Uns gostam. Outros nem tanto. Muitos não gostam mesmo nada. Mas quase todos se vendem, enquanto houver subsídios. E os outros, filhos da "apagada e vil tristeza", dizem: "é a vida", "o que se há-de fazer !?".
De facto há um português que aparentemente desapareceu. O do brio, da independência e da aventura para além dos limites. Na verdade não desapareceu, encobriu-se dentro de cada um de nós. Só emerge, às vezes com fúria, como nos bons velhos tempos de 1640, quando lhe pisam demasiado os calos. O problema é que agora lhos pisam constantemente e ele quase não dá por isso. Habitua-se.
Até um dia...
Meu caro Manuelinho, o@ Português@ d'"O do brio, da independência e da aventura para além dos limites" não desapareceu, não senhor;-) ... Embora muit@s dest@s acabem por se aventurar além fronteiras para não sufocar na "apagade e vil tristeza" ou se mantenhm discret@s para não serem vistos como ingénu@s ou ETs ...
Ainda há muit@s Portugues@s com o ânus bem apertadinho;-) ...
Não duvido... é preciso é que não se fiquem por aí e... saibam virar o bico ao prego !...
Caro Jorge Batista
Quanto à resignação.
Os portugueses têm vivido com os restos da anestesia que adormeceu os outros povos da Europa. Quero dizer a sociedade de consumo e a sua ideologia neoliberal. Criou-se a ilusão que a liberdade ou melhor, a felicidade estava no mundo fictício que o rodeia, objectos, cor, festa., uma crença com as suas catedrais, que são os centros comerciais, as sedes dos bancos, os estádios da bola.
Mas a ilusão esboroa-se, os foguetes estão a acabar, os povos a resistir já por todo o lado, na América do Sul, no Médio e no Extremo Oriente. Uma riqueza que não era produzida só podia ser especulação e o capital especulativo. A economia neoliberal é uma Dona Branca. Se não produzimos, os governantes têm-se aplicado a fundo para que isso não aconteça, de onde vem o dinheiro que anda por ai?
Depois há também o petróleo que se esvai, o tal pico, sobe de preço e tudo fica mais longe e cada vez mais longe à medida que a gasolina for subindo ( ai a insensatez do novo aeroporto, que de resto não irá ser feito embora até lá muitos impostos passem para os bolsos de uns tantos.)
Os efeitos da anestesia vão, portanto, passar e como é normal vai doer ,doer muito, pois os médicos vão continuar a escarafunchar para extorquirem mais dinheiro. Mas o doer acorda.
Embora lentamente as pessoas começam a voltar ao colectivo, vêmo-las nas ruas e noutros movimentos e ai revelam-se elites.
Há portanto razões parta ter esperança, claro, é preciso dar-se uma ajudazinha.
Esta leitura é lúcida e certeira. Na verdade vivemos o lento e difícil acordar de uma grande "trip" colectiva, pois nunca houve religião que fosse tanto o "ópio do povo" como esta da sociedade de consumo, com os seus novos templos, já referidos, novos deuses (bens, produtos e serviços que nos dão a felicidade eterna) e novos profetas, heróis e santos (o publicitário, o empresário, o homem de sucesso), avidamente seguidos por multidões tão esfomeadas de paraíso imediato que por ele são capazes de viver no inferno sem darem por isso... Desta toxicodependência quase ninguém fala, porque a quase todos "agarra"...
Concordo totalmente consigo Paulo Borges quando diz que esta sociedade de consumo é a verdadeira religião "ópio do povo".
Fazendo-me recordar uma das deixas do teatro Afabulação de Pier Paolo Pasolini: "Ele reza como se a oração fosse uma droga!"
Neste caso, as pessoas consumem como se fosse essa a solução para resolver todos os seus problemas...
Falta-nos um grito como o que Patxi Andion deu nos anos 70 em Espanha: "Despierta niño, arriba con la Esperanza".
E NÃO! NÃO ME RESIGNO!!!!
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