Neste mês de janeiro completamos 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa em Salvador (Bahia) após 3 meses de navegação desastrosa.
A viagem da família Real sempre foi tratada de forma caricata e cômica, como por exemplo, que o embarque em Lisboa foi a primeira notícia de over booking da história.
Acontece que a idéia da vinda da corte para o Brasil é bem anterior a ameaça Bonapartista francesa ou do incentivo forçado britânico para a mudança.
A idéia vem de mais de um século antes com a sugestão por escrito do padre Antonio Vieira da Companhia de Jesus ao Rei e muito depois pelo Marquês de Pombal, que expulsou os Jesuítas do Brasil e de Portugal.
A instalação da corte no Brasil foi o principal fator que permitiu a formação do Brasil do modo que é hoje.
A primeira ação oficial do Príncipe Regente e futuro Rei D. João VI foi a abertura dos portos brasileiros as nações amigas, no dia 28 de janeiro do mesmo ano e ainda estando em Salvador, para permitir o comércio entre o Brasil e a Inglaterra.
Com a criação do Banco do Brasil, o florescimento da imprensa, o crescimento da indústria e o início das atividades das faculdades e a condição de elevação a reino unido de Portugal e Algarves entre outras ações importantes iniciou a formação do desenvolvimento brasileiro.
A centralização do poder político no Rio de Janeiro e o combate vigoroso (e violento) das revoltas populares separatistas nas diversas regiões do Brasil manteve a unidade do País diferentemente da colônia espanhola circunvizinha que foi fragmentada em diversas repúblicas.
Tudo isso acabou propiciando a instalação de infraestrutura (sem hífen) necessária para a independência do Brasil.
Este esboço de nação nasceu destas ações da corte portuguesa, e lentamente cresceu nos anos de estadia da corte no Brasil e foi acelerada em virtude da revolução do Porto de 1820.
D. João VI forçado a voltar para Portugal após jurar a constituição portuguesa, deixa o filho mais velho, Príncipe Dom Pedro, como regente do Brasil e com instruções para assumir um reinado separado no Brasil. -"Coloca a coroa do Brasil na tua cabeça antes que outro aventureiro o faça."
E assim foi feito, em 7 de setembro de 1822. Apenas 14 anos após a chegada da Corte
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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7 comentários:
A chegada da coroa portuguesa (recuso usar maiúsculas) ao Rio de Janeiro trouxe mais do que a sífilis espalhada pela libertinagem de Carlota Joaquina e o príncipe Pedro ...
A centralização do poder e a repressão de revoltas independentistas por parte do rei D. João VI, um dos maiores cornos da história régia Europeia, foi o iníco do nosso descalabro ... Impediu que os estados do Sul se tornassem um país independente e assim mais tarde viessem a fazer parte do G8 ...
Se a família real chegou viva ao Brasil foi graças a nós, que comemos a rataria que infestava os convés das naus e lhes poderiam ter transmitido doenças fatais ...
A este respeito recordo que decorre actualmente no Museu de Arte Antiga, nas Janelas Verdes em Lisboa uma exposição de desenhos sobre a partida da corte para o Brasil...
E é sempre uma boa oportunidade para rever o Nuno Gonçalves e o Bosch...
Rigoberto, você precisa se informar, a dita tentativa de independência do sul (os farrapos de 1835 a 1845) foi no reinado de D Pedro II e foi basicamente constituída por Brasileiros descendentes de Açorianos e Portugueses, além é claro do Garibaldi Italiano. O Bento Gonçalves, líder da revolta, era filho de um alferes português. Ela não era separatista, era na verdade Republicana.
Por sinal a culpa da chegada dos helvéticos alemães foi de D. João VI que permitiu que ficassem na região da atual cidade de Nova Friburgo no Rio de Janeiro em 1818 e a partir de 1824 os alemães passaram a imigrar para o Rio Grande do Sul.
Foi durante o reinado de D Pedro II que paulatinamente chegaram 50 000 imigrantes alemães, além das comunidades polonesa, italiana (a maior) e helvética, mas ai já estamos por perto de 1870. Bem depois, não acha?
E outra coisa a sífilis já estava disseminada no Brasil desde o fim do século XVI (16) com as capitanias hereditárias.
G8???????????
Abraço,
Fred
A História (com maiúscula), para os países da América do Sul, não é feita só a pensar num ponto determinado do tempo seja o do G 8, G 9, ou outro qualquer. Do mesmo modo, a História dos países da Europa não tem sido feita a pensar apenas na chamada CEE (Comunidade Económica Europeia)ou outra qualquer convenção. Se as coisas dão no que dão, não ficam por aí. "...Ela move-se», como diria o cientista de antanho. A realização das nações (muito diferente de países), para onde tudo tende, afinal, ao fim de séculos e séculos, obviamente tem algo de misterioso, e só a arrogância intelectual e a ganância material do Homem contemporâneo levam a pensar desdenhosamente do que não sabem, tendo por base as contas feitas apenas no presente, que passa muito depressa, embora, hoje, disponibilize meios de estudar o passado com mais rigor. Mas, também esquece que, como diria Marx (eu não sou marxista, mas reconheço-lhe, fragmentos de algumas meias-verdades, que só o não são totalmente, porque são fragmentos...), dizia eu que Marx referindo-se à proverbial «repetição da História», afirmou que da primeira vez era tragédia, e mais tarde, isto é, os acontecimentos repetidos da segunda vez apareceriam como comédia (ou tragicomédia?).
Só alguns espíritos tanto da História Portuguesa como da Brasileira intuíram a razão do porquê do Brasil nunca ter querido saber de guerras contra países (ao contrário de tantos outros. Poucos ainda entenderam que o Brasil (pese embora todas as fragilidades, e qual é o país grande que não tem fragilidades? OS EUA? A China?), quando o estilo de vida americano - que todo o mundo macaqueia - falir de vez, o Brasil responderá como alternativa de possibilidades não só humanas como materiais.
O erro de perspectiva (míope) da Histórica do Brasil, feito por muitos, é o mesmo que se faz aqui em Portugal, na actualidade, quando a propósito da actual crise económica (e não só) portuguesa, lemos a torto e a direito, vindo da parte muitos intelectuais portugueses (como o míope José Saramago) que Portugal se devia render à Espanha. Ora, isto demonstra um ignorância no essencial, que é o facto de Portugal (ironias do destino)ter nascido de “uma costela” de Espanha (Castela) e de outra de Borgonha, precisamente para ter que resistir sempre a Castela. A nossa História é isso da 1ª à 4ª dinastia, e parece que até agora, na República, teremos de arranjar imaginação para resistir à invasão económica dos vizinhos espanhóis. Mais – como, genialmente, viu Agostinho da Silva há mais de meio século (leia-se Reflexão)- Portugal como estado independente é o primeiro garante da unidade da península ibérica, dificultando a Castela a absorção das várias regiões, que aqui, são como nações.
Eduardo Martins Aroso
Três miaus para o nosso muito querido Amigo e Discípulo Agostinho da Silva. Tudo o que ele soube aprendeu conosco. Há mais sabedoria nos nossos miados do que em mil tratados de filosofia ou história ...
Isso mesmo ! Miauuuuuuuu !!!!!
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