A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A pedra que derrubou a estátua e se converteu numa grande montanha

Há alguns dias, ao passar no Chiado, senti vontade de entrar numa igreja. Celebrava-se a Eucaristia e era o preciso momento em que começava a leitura do dia: o sonho de Nabucodonosor, interpretado pelo profeta Daniel (Daniel, 2, 31-45). O rei viu uma estátua, "de aspecto terrível", com a cabeça de ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés de ferro e argila. Nisto, uma pedra, "sem intervenção de mão alguma", surge, bate nos pés da estátua e pulveriza-a, tornando os seus elementos "iguais à palha miúda na eira de verão", que o vento leva "sem deixarem traço algum". A pedra, por sua vez, converte-se "numa grande montanha", que ocupa "a terra inteira". A interpretação de Daniel é a de que a estátua e as suas quatro partes simbolizam a sucessão de quatro reinos, poderosos mas efémeros, enquanto que a pedra que derruba a estátua e se converte numa montanha simboliza o surgimento, por intervenção divina, de um outro reino que os "aniquilará" e "subsistirá para sempre".
Este é um dos principais textos que, na tradição ocidental, foi considerado profecia de um escatológico Reino de Deus na terra, que a tradição católica interpretou como anúncio da Igreja e da sua universalização e que várias nações, em determinados momentos históricos, assumiram como profecia da sua vocação para o Quinto Império universal. Uma das nações onde essa tradição foi e permaneceu mais viva, até hoje, é a portuguesa, desdobrada depois no Brasil. Desde Camões (implicitamente) a Agostinho da Silva, passando por Vieira, Pessoa, Raul Leal, António Quadros e outros, o Quinto Império tem sido reinterpretado de múltiplas formas, desde a Ilha dos Amores e o Império católico universalizado pelos portugueses até à fraterna comunidade universal multi-cultural e multi-religiosa, com embrião na lusofonia e sem outro Imperador que a eterna criança que em nós habita.
Saí da igreja quando a leitura terminou, com um sentimento e uma convicção, já anteriores, ainda mais entranhados. Para além dos múltiplos níveis de leitura que o texto pode ter, históricos, políticos e religiosos, há um que se me impõe cada vez mais: não seremos nós a pedra, nós a estátua, nós a montanha ? Não será necessário que, sem esperar por quem quer que seja, sejamos a pedra que derrube o ídolo de pés de barro das nossas ilusões, medos e expectativas, para que finalmente, sem que nada se perca, toda a energia nisso aprisionada se converta numa "montanha" que encha toda a terra, se converta numa percepção transfigurada da totalidade do real ? E não dependerá afinal disso, e não de algo exterior, o sentido mais fundo do Quinto Império ? Não depende desta subversão, morte e ressurreição interior uma reorientação dos rumos da vida individual, nacional e mundial ? Que esperamos pois, para nos darmos esta derradeira "pedrada" ? Quem lança a primeira pedra ?

4 comentários:

Renato Epifânio disse...

O MIL, se for fiel à ALMA, poderá ser essa PEDRA, essa MONTANHA...

Anónimo disse...

É por essas e por outras que nunca devemos ceder à tentação de entrarmos numa Igreja...

Anónimo disse...

Sublime essa PEDRA ! Vamos todos fazê-la crescer...

Anónimo disse...

acrescentando...

Sublime essa PEDRA ! Vamos todos fazê-la crescer...

... até que se transforme em "Infinito Esplendor".