José Aparecido de Oliveira
A língua portuguesa constitui um dos temas mais fascinantes da atualidade. É indispensável que, nos eixos políticos e espaços decisórios da lusofonia, seja cada vez mais difundida a importância dessa grande causa. A riqueza de significados e a multiplicidade de perspectivas que assinalam a matéria sugerem ação consistente e conseqüente a todas as populações concernidas.
O privilégio de termos o português como língua de cultura estabelece que as nossas comunidades precisam assumir, em plenitude, o desafio político e cultural, social e econômico que lhes cabe nesta aurora de milênio. É hora de consagrarmos o diálogo e a parceria.
Em Portugal e no Brasil, de modo especial, hão de fixar-se bases sólidas de uma ação objetiva e eficaz quanto à defesa e valorização da língua comum e às fraternas relações com os povos africanos e asiático lusófonos. Temos que caminhar unidos para o estabelecimento da grande comunidade de nações lusófonas em que se inscrevam, com firmeza e determinação, os países irmãos sobre os quais se vêm abatendo tragédias políticas inaceitáveis. O processo de reconstrução democrática vitorioso em Portugal e no Brasil deve ser uma sólida plataforma para a consolidação da paz nos territórios da lusofonia, a fim de tornar-se a língua o instrumento mais poderoso do desenvolvimento sócio-econômico e da conquista da felicidade.
Quando embaixador em Lisboa, em nome do presidente brasileiro Itamar Franco, e estimulado pela postura exemplar do presidente Mário Soares, procurei alertar as lideranças e a opinião pública de nossos países para a necessidade de paz em África e de independência em Timor Leste, para promovermos, juntos, a integração dos nossos oito países.
De volta ao Brasil, e ao meu Estado de Minas Gerais, onde o ciclo do ouro e dos diamantes semeou, por entre as grandes montanhas, incontáveis igrejas de talha barroca, incluindo a bela Igreja do Rosário de Conceição do Mato Dentro que foi restaurada agora por iniciativa de Lázaro Brandão, presidente do Conselho da Fundação Bradesco, tenho buscado manter a contribuição permanente de minha consciência ética. Por certo o historiador do futuro não deixará de registar o trabalho patriótico de Itamar Franco na quadra trepidante que vivemos.
Somos mais de 200 milhões de lusófonos. Como tal, impõe-se-nos o dever de uma prática política voltada para a solidariedade e a interação, o intercâmbio e a soma de contribuições, de maneira que, no globo, se caracterize transparentemente a expressão de uma comunidade apta a exercer papel preponderante na transformação dos destinos da humanidade. Para vencer a violência e o arbítrio, sustentar a identidade cultural e a capacidade criadora, salvaguardar o respeito aos valores genuínos e aos princípios éticos de nossas civilizações, o melhor caminho a seguir é aquele que, percorrendo nossos países, nos conduz à organização comunitária em prol de consistente e significativa presença internacional.
(…)
Minimizar o potencial do idioma como fator de desenvolvimento conjunto dos países que o adotam é desconhecer a realidade que conclama o Brasil a rever sua presença no contexto internacional e na construção do século que se inicia. Portugal aguarda, sem dúvida, o despertar do Brasil, assim como os países africanos – Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe – e a jovem nação de Xanana Gusmão, Ramos Horta e Dom Ximenes Belo.
· José Aparecido de Oliveira, político brasileiro, foi embaixador do Brasil em Portugal, ministro de Estado, deputado federal e governador de Brasília (e que Deus guarde a sua alma em descanso...)
OLIVEIRA, José Aparecido de, Hora decisiva para a Comunidade Lusófona, in CASTRO, Margarida e SANTOS, Luis (orgs.), Lusofonia, Revista Humanidades nº7, Set.2002, pp.26-27.
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1 comentário:
Eis alguém - insuspeito - a quem não repugnava empregar o termo "integracionismo"...
"Quando embaixador em Lisboa, em nome do presidente brasileiro Itamar Franco, e estimulado pela postura exemplar do presidente Mário Soares, procurei alertar as lideranças e a opinião pública de nossos países para a necessidade de paz em África e de independência em Timor Leste, para promovermos, juntos, a integração dos nossos oito países."
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