A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 5 de setembro de 2015

De Richard Zenith, para a NOVA ÁGUIA 16...


É mais do que curioso que o último poema escrito em nome de Álvaro de Campos tenha sido “Todas as cartas de amor são / Ridículas”, e não foi certamente por acaso que o poema saiu na sua voz, com o seu ritmo e a sua emoção. Supõe-se que as cartas de amor inspiradoras do poema foram aquelas que Fernando Pessoa escreveu a Ofélia Queiroz e sabe-se que Campos, sempre impetuoso e por vezes malicioso, intervinha nessa correspondência, inserindo comentários parentéticos nas cartas de Fernando e chegando a escrever uma carta inteira, em que ofereceu conselhos à namorada. Sugiro, no entanto, que todas aquelas cartas de amor ridículas partiam de Álvaro de Campos. Ou melhor: se não existisse o engenheiro-poeta, Fernando Pessoa não conseguiria ter escrito nenhuma carta a Ofélia Queiroz, nem ter namorado com ela. Proponho que, sem Álvaro de Campos, Pessoa também não poderia ter defendido o direito de António Botto e de Raul Leal à sua homossexualidade. Como talvez não conseguisse ter tido a coragem — a chutzpah — para se opor com veemência, na primeira página do Diário de Lisboa, a um projecto de lei predestinado a ser aprovado pela assembleia-fantoche de António de Oliveira Salazar. Refiro-me à lei contra as associações secretas, aprovada por unanimidade em Abril de 1935.

A minha proposta é simplesmente esta: a poesia, tal como se realizou em Álvaro de Campos, todo ele um grande poema, transformou Fernando Pessoa.
(excerto)