Para além dos factores misteriosos, há vários métodos para activar a alma heróica – a coragem inteligente – e o estudo é, concertadamente, um deles. Donde, de resto, parte significativa da estranheza deste pobre livro. Reúne ele textos, cujas circunstâncias se explica em notas, segundo um ritmo correspondente à razão dos estudos. Para o efeito, convidam-se ao diálogo pensadores que não foram alheios à neociência. No meio disso faz-se o levantamento de algumas linhas quase invisíveis do pensamento em língua portuguesa, procedendo ao seu encordoamento.
A ciência heróica não é para os homens de mente discursiva, como é sabido na tradição heróica da filosofia portuguesa considerativa da intuição intelectual e da pura acção.
Nos cem anos da Renascença Portuguesa, deseja-se que estas páginas sirvam, entretanto, a Renascença Luso-Brasileira.
Cada um saberá o que fazer.
Está a intuição imaginativa para a filosofia poética da razão atlântica como a onda está para o mar.
Contemplando aventurosamente o Universo, o herói faz a ponte entre a origem e a novidade de todos os acontecimentos, projectando no mundo uma luz sobrenatural que infinitamente o ultrapassa.
Rodrigo Sobral Cunha