A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 29 de março de 2008

No mar lusófono o rio Babel

Os 400 anos de nascimento do Padre Antônio Vieira, neste ano; é véspera do Fórum Social Mundial (2009) em Belém do Pará. Por coincidência, o FSM transcorrerá nos 350 anos em que o “imperador da língua portuguesa” escreveu no rio dos Tocantins a célebre carta “As esperanças de Portugal” e celebrou as pazes com os Caciques dos belicosos índios do “Arquipélago do rio de Orelhana” (Marajó, na foz do Amazonas) ao qual se refere a “História do Futuro” (1718), às pp. 100 e seguintes.

Oxalá, não passe o FSM sem notícias do MIL e se perca oportunidade de apelo para adoção de um plano mundial destinado a regiões afetadas pela Pobreza hereditária da míngua da Diáspora. Um plano de reconstrução comparável ao plano Marshall, desta vez em lembrança da queda do Apartheid na África do Sul, em homenagem a Nelson Mandela. Esta é hora e lugar - “última fronteira da Terra” – para fechar um longo e dramático ciclo histórico e inaugurar um novo Novo Mundo.

Não seria um achado o FSM adotar práxis propositiva para o futuro, a partir da Feliz Lusitânia? Da margem do rio das Amazonas, na era das Águas; o movimento das mil e uma regiões lusófonas daria o recado planetário desde as raízes pré-históricas da matriarca Lusitânia até a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). A globalização deve a Portugal e aos mais países lusófonos a aventura ultramarina. É preciso deixar claro sem intimidação. Daí – para o bem e o mal – tudo se passou até agora em nosso planeta.

Noves fora, monarcas improvisados, cortesãos ambiciosos, sucessores do trono do Pescador nada santos; etc. Foram anônimos marinheiros, lavradores enganados, colonos desterrados, índios cativos, escravos africanos, cristãos-novos odiados e invejados ao mesmo tempo, feitores dessa História incomparável.

Daí nasceram a Nova Lusitânia (Pernambuco) e a Feliz Lusitânia (Grão-Pará, Amazônia lusitana), onde Vieira proclamou “As Esperanças de Portugal” e o Brasil justifica o orgulhoso título de gigante da América do Sul e “País do Futuro” (Stephen Zweig).

Paissagem cultural do maior rio da Terra, formada pelo intenso processo diáletico de guerra e paz inter-nativos e extenso conflito e cooperação inventiva no Trópico Úmido americano. ela evidencia o bem-comum conquistado, construído e aumentado pela inteligência coletiva ou Espírito Santo de que a filosofia de Agostinho da Silva se embebe e ilumina o caminho desta história como um farol sobre o Mar-Tenebroso.

Vale lembrar, neste ponto, o Sermão da Epifania (Antônio Vieira, 1662), quando o Padre grande terminava, entre 1652 e 1661, a maior experiência da sua vida de missionário e precursor dos direitos humanos:

“Na antiga Babel houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas já se conhecem mais de cento e cinquenta, tão diversas entre si como a nossa e a grega;e assim quando lá chegamos, todos nós somos mudos, e todos eles surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho será necessário para que estes mudos falem e estes surdos ouçam.”

Para entender melhor a Amazônia recomenda-se o estudo “Rio Babel – a história das línguas na Amazônia, de José Ribamar Bessa Freire. Nós mesmos, modestamente, escrevemos o ensaio Novíssima Viagem Filosófica (Belém, 1999) nas pegadas de Alexandre Rodrigues Ferreira e em pararelo da Viagem a Portugal, de Saramago.. Por estes novos caminhos todos, portugueses ou não, concordamos com Fernando Pessoa: valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Não importa se ao cabo de 500 anos tanta água, tando sangue e tantas lágrimas foram salgar mais inda o Oceano. Como diria Chico Buarque, são feitos dos mortos de nossa felicidade...

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