A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 24 de fevereiro de 2008

Vidas Portuguesas: Teófilo Braga (1843-1924)


“Pela história se descobre o justo limite até onde o homem pode individualmente exercer acção sobre a sociedade; como um meio, a sociedade domina fatalmente o indivíduo nos costumes, nas noções usuais, pela forma das instituições, mas por seu turno, o homem reage sobre esse meio transformando-o, elevando-o, convertendo os seus movimentos empíricos em racionais”.
Teófilo Braga, História Universal - Esboço de Sociologia Descritiva

Apontamento Biográfico
Joaquim Teófilo Fernandes Braga nasceu na Ilha de São Miguel, em Ponta Delgada, no dia 24 de Fevereiro de 1843.
Matricula-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1861, e doutora-se na mesma em 1868. Torna-se, no entanto, professor do Curso Superior de Letras, entre 1872 e a Implantação da República, em Lisboa, leccionando Literaturas Modernas.
Para além de se dedicar à literatura, à filosofia, à poesia, à etnografia, Teófilo Braga começa também a participar activamente na política a partir de 1878, quando concorre a deputado pelos republicanos federalistas. Depois disso, exercerá cargos importantes no Partido Republicano Português e, em Janeiro de 1910, tornar-se-á membro do Directório, ao lado de nomes como Basílio Teles (1856-1923) e José Relvas (1858-1929), por exemplo. Em Outubro de 1910 é nomeado Presidente do Governo Provisório. Cargo que chefia até Setembro de 1911. Entre Maio e Outubro de 1915 regressa ao mesmo posto para substituir Manuel de Arriaga (1840-1917).
Morre, em Lisboa, no dia 28 de Janeiro de 1924.

Apontamento Crítico
Teófilo Braga começa a publicar poesia, ainda na sua terra natal, com 15 anos, na tipografia do Jornal A Ilha, no qual trabalhava. Publica Folhas Verdes e posteriormente edita, entre outros, Stella Matutina, Visão dos Tempos, Tempestades Sonoras. Mas para além da poesia, Teófilo dedica-se também à História da Literatura Portuguesa. Neste caso escreverá obras como História da Literatura Portuguesa, História do Romantismo em Portugal, Romanceiro Geral Português e História do Teatro Português. Contudo, estas participações ensaísticas são muito criticadas, sobretudo por Antero de Quental (1842-1891) e por Oliveira Martins (1845-1894), que as consideram pouco científicas. Poder-se-á dizer que, nesta época, Teófilo Braga era ainda um adepto do romantismo. Interessavam-lhe, acima de tudo, as tradições e a história do seu país, os costumes e a raça do seu povo que, na sua perspectiva, residiam no Portugal pré-absolutista.
Porém, a partir dos anos de 1870, Teófilo começará a interessar-se pelo positivismo de August Comte (1789-1857). De um certo conservadorismo e de uma certa dedicação ao passado, o autor tenderá a ver o republicanismo e o positivismo como soluções para o atraso científico, social e cultural do seu país. Escreve, imbuído desse espírito, Traços Gerais de Filosofia Positiva e Sistema de Sociologia. Contudo, Teófilo Braga, assim como a maioria dos pensadores portugueses que se enamorou do positivismo, reflecte muito mais a interpretação do sistema positivo dado por Émile Littré (1801-1881) – positivismo dissidente, heterodoxo e desafogado - do que propriamente pela doutrina que Comte difundiu. Deste modo, se Teófilo considerava o positivismo enquanto corrente sociológica que postulava a ética e a ciência como pressupostos do desenvolvimento humano, nunca defendeu a existência de estados ditatoriais, muito pelo contrário, sempre se debateu pela democracia, bem como nunca foi apologista da religião da humanidade (religião ateísta, agnóstica ou anti-metafísica que considera o Homem como um ser total, que se basta a si próprio e que não precisa refugiar-se em deuses exteriores, afinal, o seu único objectivo é alcançar uma unidade humana de natureza moral).
De qualquer modo, apesar do esforço que moveu para edificar, de um modo geral, o positivismo de Comte em Portugal, nunca abandonou o seu fascínio pelas origens do seu país e do seu povo. Nesta perspectiva, Teófilo nunca deixou de ser um romântico.

Bibliografia Indicativa
As Teorias Literárias - Relance sobre o Estado Actual da Literatura Portuguesa (1865)
História da Poesia Moderna em Portugal (1869)
Antologias: Cancioneiro Popular (1867)
História da Literatura Portuguesa (1870), introdução
História do Teatro Português (1870 - 1871), 4 volumes
Teoria da História da Literatura Portuguesa (1872)
Manual da História da Literatura Portuguesa (1875)
Bocage, sua Vida e Época (1877)
Parnaso Português Moderno (1877)
Traços gerais da Filosofia Positiva (1877)
História do Romantismo em Portugal (1880)
Contos Tradicionais do Povo Português (1883)
Sistema de Sociologia (1884)
Camões e o Sentimento Nacional (1891)
História da Universidade de Coimbra (1891 - 1902), 4 volumes
História da Literatura Portuguesa (1909 - 1918), 4 volumes

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