Inaugurado recentemente, em Março de 2006, com o propósito de, em conjunto com a Pinacoteca, reanimar a parte antiga de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa foi acolhido no histórico edifício da Estação da Luz, uma área de 4 333 m2, cuja restauração importou um custo de 37 milhões de reais (14,5 milhões de euros), esforço financeiro em que participou, da parte de Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian. O segundo criado no mundo em homenagem à Língua (o primeiro fora o Museu da Língua Afrikâner, fundado em 1975, na África do Sul), com o preço popular e democrático do ingresso de 4 reais (50 % de desconto para estudantes) evidencia, primeiro, no jogo político estratégico de domínio da difusão da língua portuguesa, que o Brasil se constitui neste momento como o rosto e o motor da Lusofonia perante as instituições internacionais, dispensando a Portugal o papel de velho avô chancelador da política internacional da língua. Com efeito, a criação do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo possui o explícito significado político e estratégico de ostentar que a língua portuguesa, sendo originariamente da Europa, é hoje em absoluto “de todo o mundo” (África, América, Ásia), sendo este “todo o mundo” reivindicativamente representado pelo Brasil face às instâncias culturais e políticas internacionais, com excepções das exclusivamente europeias. Em termos brutos e quantitativos, pesando o Brasil 170 milhões de falantes da língua, há muito que este factor não era desconhecido. A criação do Museu da Língua Portuguesa se, por um lado, veio reforçar este facto empírico, por outro veio definitivamente demonstrar que a nossa língua, tendo viajado ao longo de quinhentos anos entre povos estranhos à Europa, continuando a ser nossa, é, porém, hoje mais destes do que nossa. Assim, se Portugal se assume como criador da Língua Portuguesa, não se pode hoje, porém, assumir-se como seu proprietário exclusivo. Em segundo lugar, evidencia o peso pesado do Brasil na criação do futuro Acordo Ortográfico para a unificação da língua. Se, em 1945, resistimos a grafar ao modo brasileiro as palavras com consoantes mudas, não possuímos hoje força nem razão suficientes para o fazer.
Excerto de um texto que nos chegou, da autoria de Miguel Real
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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6 comentários:
Já agora, por que não criar também um museu de língua Alemã, Polonesa e Italiana? Afinal, nós também somos Brasileiros ... Ou não?
E um museu de língua e cultura Yoruba que seja menos "kitch" do que aqueles que há na Bahia ... Nós também somos Brasil ... Ou não?
E se não possuímos força, principalmente não temos razão, e repito o que já escrevi aqui no blog sobre o Acordo; é essencial para a unificação institucional e plural da língua nos países da CPLP que, unificada, ganhará poder de afirmação nas instâncias internacionais e é, uma medida fulcral para que a língua dos lusofalantes continue bem de saúde e não siga rumos diferentes.
olá!
Vim só dizer um "olá" e partilhar o meu contentamento por terem feito existir e eu integar um projecto que toca tão fundo no meu coração.
Além do mais encontrei nele muitos velhos conhecidos.
tenho andado muito ocupada mas prometo aparecer logo que possa.
Saudades e obrigada por estarem no meu universo.
Ontem, por coincidência, estive visitando o museu, precisamente fui interessado na mostra Gilberto Freyre. Está ótima e para quem puder visitar, ficará até maio/08.
No museu existe a representação da influência africana na língua portuguesa falada no Brasil, com o efon, Yorubá, Mina, etc. Com painéis interativos com o significado, som e escrita.
Do mesmo modo existe a influência, italiana, alemã, inglesa, francesa etc. E também a influência do Tupi e seus diversos dialetos.
Além de um painel interativo com o falar de cada região do Brasil, separado por estados, e muito gostoso de ouvir.
Recomendo uma visita a todos!
O Museu da Língua Portuguesa é uma maravilha.
Trata-se de um museu vivo da língua, para nós brasileiros um lugar para descobrirmos mais e mais dessa grandiosa língua Portuguesa ...
Concordo com o Pires, também acredito que o acordo ajudará todos os paises falantes da língua Portuguesa.
CPLP se tornará maus sólida e competitiva para o restante do mundo.
[s]s
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