terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Na NOVA ÁGUIA 35: sobre Amorim de Carvalho...

 


NO 120.° ANO DO NASCIMENTO DE AMORIM DE CARVALHO

Júlio Amorim de Carvalho

Morte no exílio. Exílio voluntário. Não por razões de contingência política. Exílio voluntário e definitivo: supremo exílio[1], motivado na profunda incompatibilidade de Amorim de Carvalho com o ambiente mental do seu país, que lhe fôra persistentemente hostil, de que resultou a marginalização do homem, o silenciamento organizado e sistemático da sua obra ‒ proveniente duma incompatibilidade genética ou incompatibilidade de raiz psico-sociolόgica entre, por um lado, o espírito elítico amoriniano e, por outro, a pesada mentalidade-massa acrítica da pseudo-intelectualidade portuguesa.


[1] Amorim de Carvalho usou a expressão supremos exilados referindo-se àqueles que, como ele, da pátria já nada esperam (poema A comédia da morte, soneto Cruel o exílio dos que a dúbia estrela).

(excerto)