ALMADA NEGREIROS: “ATÉ
HOJE FOI SEMPRE FUTURO”
Annabela
Rita
Almada, como outros revolucionários da Arte, reconhecem a importância da tradição mais conceptualmente densa que a atravessa. A proporção áurea, exibida no Parténon, usada por Phideas e aprofundada por Luca Paciolli (De divina proportioni, 1509), é reconhecível na pintura de Giotto, na música de Bartok, na poesia de Camões, na arquitectura de Le Corbusier, etc., para evocar apenas estes exemplos. Almada dirá a respeito numa entrevista ao Diário de notícias (16.06.1960), recorrendo a um significativo plural de grupo:
Nós não pretendemos senão encontrar o
cânone e não supusemos nunca que determinada época fosse a exclusiva. /…/ Ele
está sempre e é por isso mesmo que ele é cânone.
(excerto)