NUNO JÚDICE
OU O FRUTO DO LABOR MAIS FUNDO E DISCRETO
António José
Borges
Nuno Júdice nunca procurou a fama, mas encontrou a
glória ou ela o encontrou porque ensinou a olhar, a ver e a reparar e a parar
perante a realidade e o que verdadeiramente importa; ensinou a amar sem
banalizar o amor e por isso dando frutos; é um exemplo do último reduto de uma
vida onde o eterno se sobrepõe ao efémero, guardando sonhos e ajudando a
sobreviver, pela via da criação recriada e mostrando que ainda há tempo para
conjugar verbos como parar e reparar, ora a poesia não serve apenas para passar
o tempo mas sim para viver ou então para pouco mais que não seja vivê-la, à
poesia.
(excerto)