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Depois do 25 de Abril, foi mandado em missão para São Tomé e Príncipe. Tentou travar a descolonização?
Não. Nem ia com esse propósito. O objectivo era que houvesse uma transição pacífica. Eles tentaram roubar armas, etc., mas eu troquei-lhes as voltas.
Foi uma descolonização diferente das outras?
Foi a possível. Quando cheguei, estavam absolutamente embriagados com a ideia da independência. Há uns dois anos, falei com um dos líderes guerrilheiros, Filinto Costa Alegre. Contei-lhe: "Sabe que eu pensei, na altura, falar convosco e propor que ficassem com uma situação idêntica à da Madeira e dos Açores, uma região autónoma de Portugal. Mas não cheguei a dizer nada, porque pensariam que eu era um neocolonialista." Sabe o que ele me respondeu? "Senhor general, e não seria possível fazer isso agora?"
Excerto de uma entrevista a Pires Veloso, in Público, 08.12.08
e Cabo Verde... e Timor...
ResponderEliminarSuspeito que nestes dois locais, se fosse a referendo a opção da federação com Portugal essa seria a opção ganhadora...
Em Angola e Moçambique, assim como na Guiné ainda há muitos anticorpos do colonialismo, mas estes são bem menores nestes locais, creio eu...
É também essa a minha percepção...
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