sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Porto Graal

Porto Graal


Senhor, que lugar pequeno é esse que nos deu
O primeiro Afonso também chamado Henrique,
E outro também Henrique chamado Infante,
Que desvendou o mar para que não fique
Encoberta a terra de perto nem a mais distante?

Senhor, e o Condestável do reino, um gigante,
Que tão de repente ao “sete vezes grande” o pôs para fugir
E a nação mais forte com um novo norte daí em diante
Às terras e às gentes ousou descobrir,
E ao escuro errante e tudo à sua frente pôs-se a colorir?

Senhor, e que nos diz do grande Luís de Camões,
Do estilista mor da língua, Eça de Queiroz,
Da grande iniciado Fernando Pessoa,
Do Padre Vieira e a sua a sua voz canônica
E a sua prosa que pelo mundo ecoa...
E tanta gente séria, tão boas pessoas,
Dessa raça estranha que a terra amanha cultiva e povoa?

Ah, a Severa, o Hilário, a Amália que encantam,
E o fado que dessa gente cantam a saudade eterna, Lisboa?

Senhor, que lugar é esse que a terra é tão generosa e boa
Do queijo de leite de ovelha, chamado da Serra,
E a Serra da Estrela no cume mais alto dessa nobre Terra,
De onde a águia olha e lá no alto voa,
Senhor, que lugar é esse que Deus abençoa?

E o cavalo Lusitano, o vinho e o vinho do porto,
Um destino que é seu destino qualquer outro porto?
Senhor, que lugar é esse que à alma oferece a paz,
Ao coração compraz de espírito o supremo conforto?

- É a Lusitânia Pátria, aonde vim fazer o meu seguro PORTO!

Disse o Senhor, e fez sinal para que mais nada perguntasse,
E disse ainda: - Vivo é o Graal! Não corpo mortal, que se enterrasse!

4 comentários:

  1. um dos mais belos poemas que vi aqui, ultimamente.

    abraços
    jorge vicente

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Parece-me muito boa a energia que promoveu a combustão. Gostei. Tantas coisas boas que temos para dar, partilhar e trocar...

    Luis Santos

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